De acordo com a investigação, médico pagava R$ 5 mil para que aluno, que também foi detido, se passasse por ele atendendo pacientes da emergência. Com estudante, polícia encontrou prontuários, receitas, e atestados, todos assinados pelo médico.
Um médico identificado por Flávio Ferreira Nogueira foi preso suspeito de pagar um estudante de medicina para trabalhar no seu lugar em um hospital de Cachoeira de Goiás, no oeste goiano. De acordo com a Polícia Civil, o médico pagava R$ 5 mil para que o aluno de medicina Francisco Souza Oliveira Filho, de 44 anos, que também foi detido, se passasse por ele atendendo pacientes da emergência.
O G1 tenta localizar a defesa dos dois suspeitos para que se posicionem a respeito das acusações.
Os dois suspeitos foram presos no final da tarde de sábado (7). A polícia encontrou com o estudante de medicina prontuários, receitas médicas, atestados médicos, entre outros documentos públicos, todos em branco e assinados e carimbados pelo médico para que fossem usados pelo aluno.
O delegado Tiago Junqueira, um dos responsáveis pela investigação, disse ao G1 que, enquanto o aluno, do 6ª anos de medicina, atendia no hospital municipal da cidade de Cachoeira de Goiás, o médico trabalhava no hospital municipal da cidade de Moiporá, no oeste do estado, no mesmo horário e recebia pelas duas prefeituras um valor total de R$ 15 mil.
“A gente recebeu uma denúncia de que um médico estava contratado e trabalhando em duas cidades diferentes e ao mesmo tempo. Começamos a investigar e descobrimos o falso médico. Inclusive, o médico assinava receitas, prontuários e atestados para que o aluno conseguisse se passar por ele”, disse o delegado.
A reportagem solicitou um posicionamento por e-mail para a Secretaria Municipal de Cachoeira de Goiás, às 9h45, e aguarda retorno.
A investigação apontou que aluno é estudante de medicina de uma faculdade do Paraguai e que estava trabalhando de forma irregular, na emergência do hospital do município de Cachoeira de Goiás há pelo menos dois meses. De acordo com delegado, durante depoimento, os dois confessaram a prática do crime.
Por telefone, a direção da Universidad Central Del Paraguay confirmou que o suspeito é aluno do 6º ano de medicina e que não compactua com tal atitude.
O delegado informou que as investigações continuam e que, até este domingo (8), os crimes apurados foram os de falsidade ideológica, estelionato, usurpação de função pública e exercício ilegal da profissão.
O G1 tenta contato com o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goias (Cremego), para que se posicione sobre o fato.
Por G1