Os investigadores da 11ª DP aguardam apenas a chegada do laudo do IML. O autor Victor de Sales, 27 anos, tem até sexta-feira para depor
O caso do adolescente de 14 anos agredido por Victor de Sales Batista, 27, é tratado, até o momento, como lesão corporal leve, além de injúria e ameaça. O Metrópoles apurou que os investigadores da 11ª Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante) aguardam a chegada do laudo do exame feito pelo Instituto Médico Legal (IML) no menino, mas, já foram informados de que o resultado aponta para lesões leves.
A advogada da vítima, Andrea Quadros, esteve na delegacia e pede que o caso seja tratado como ocorrência de lesões graves. Porém, e segundo o delegado-adjunto Bernardo Mello, o caso não se enquadraria no critério.
“Para ser lesão grave é preciso causar na vítima incapacidade para realizar as ocupações habituais por mais de 30 dias. O que não ocorreu. Ou causar perigo de vida ou debilidade permanente de sentido ou função. Não se encaixa”, diz o delegado.
A intenção é finalizar e encaminhar o inquérito ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) até sexta-feira (29/4). Victor ainda não foi ouvido, mas, segundo o delegado, ele não é obrigado. “Ele pode permanecer em silêncio, tem esse direito”, diz Bernardo.
Os advogados de Victor compareceram à delegacia na segunda-feira (25/4) e informaram que ele não poderia depor no dia por estar sob efeito de remédios que usa devido a uma doença psiquiátrica.
Repercussão
O caso ganhou repercussão nacional pela brutalidade das imagens. Nas cenas, gravadas por outro adolescente que estava no local, Victor chega à quadra de esportes da região, pula o alambrado e surpreende o garoto.
“Ele me bateu sem parar. Eu só fiquei tentando me defender e protegi a minha cabeça, que era o mais importante”, acrescentou. Com o garoto no chão, o agressor teria dito: “Na próxima vez, vou é te matar”.
O episódio gerou revolta nos moradores da região. Assim que ficaram sabendo do ocorrido, vizinhos cercaram a casa do suspeito, ainda na tarde de sábado (23/4). O grupo tinha a intenção de questionar pessoalmente os ataques brutais ao garoto.
Conhecida por Vera, a mãe do garoto conta que estava em casa na tarde de sábado (23/4), quando ouviu o agressor xingando o adolescente. “Meu menino estava brincando com dois colegas, e ele estava ameaçando o meu menino. Disse que ia matar ele. Pedi para o meu filho entrar para dentro de casa, mas ele saiu para brincar na quadra”, disse a mulher.
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Depois de algum tempo, outro adolescente foi até a casa do amigo agredido e contou para Vera o que havia acontecido. “Eu fiquei muito abalada. Nunca imaginei que isso fosse acontecer com o meu filho. Moramos nesse endereço há dois anos, e todo mundo nos conhece aqui. Levei ele na delegacia, e registramos o boletim”, disse.
A mãe também comentou que após o desentendimento, ela entrou em contato com o pai de Victor. “Ele me pediu desculpas e disse que o filho não estava mais em casa. Acreditamos que ele está escondido, e o pai não quer falar onde o agressor está”, contou a mulher.
Por Metrópoles