Existe um mercado voltado para o comércio de animais selvagens, que vem crescendo e se alastrando para além da internet aberta. A compra de animais exóticos na Dark Web é não apenas para tê-los como pets, mas para animais com propriedades alucinógenas.
Uma pesquisa identificou que centenas de espécies de plantas e animais selvagens vêm sendo comercializados na Deep Web – servidores de Internet que são acessíveis somente através de ferramentas, configurações ou autorizações específicas que dão um elevado nível de anonimato tanto a quem publica os conteúdos como a quem os consulta. Desse modo, a maior parte das espécies vendidas atraem consumidores devido aos seus compostos psicoativos.
Por volta de 90% desse comércio consiste em plantas e fungos com potencial de uso como drogas. Entretanto, os pesquisadores notaram que certos animais vêm sendo comercializados para o mesmo propósito. Entre esses animais, está o sapo do Deserto de Sonora, que produz o ativo psicodélico MeO-DMT. Esse anfíbio pode causar efeito semelhante ao de algumas drogas alucinógenas quando lambido.
Os pesquisadores da Universidade de Adelaide, na Austrália, realizaram um monitoramento de mais de 2 milhões de anúncio da Deep Web entre 2014 e 2020, e descobriram que existem cerca de 153 espécies de animais comercializados nesse ambiente. Ademais, 70 desses animais contém tais ativos.
As outras espécies são utilizadas em medicamentos tradicionais, bem como na produção de roupas e acessórios. Um número ainda menor é vendido como pet de luxo.
Crime
Uma grande maioria encara crimes ambientais como crimes menos graves e sem vítimas. Porém, eles podem ser bastante prejudiciais à saúde pública e preservação da biodiversidade. A comercialização de animais exóticos pode estar conectada com a propagação de novas doenças e caça predatória de diversas espécies.
Apesar de haver uma legislação que proíba esse tipo de venda, o tráfico desses animais é um dos principais crimes transnacionais da atualidade. Sendo assim, em muitos países esse tipo de movimentação continua não rastreada, e o status de conservação de inúmeras espécies segue indeterminado. Estimativas apontam que a diversidade do comércio não regulamentado supera em mais de três vezes o comércio legal, formando um mercado lucrativo e vantajoso para traficantes.
Por O Hoje