Júri condena o fazendeiro Nei Castelli a 21 anos de prisão ​pelo assassinato de advogados em Goiânia

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Nei Castelli e Cosme Lompa Tavares foram reconhecidos culpados pelo planejamento e execução do crime. Hélica Gomes foi absolvida

Após dois dias de julgamento, o júri popular decidiu condenar o fazendeiro Nei Castelli Cosme Lompa Tavares pelo assassinato dos advogados Marcus Aprígio Chaves e Frank Alessandro Carvalhaes de Assis, ocorrido em outubro de 2020. A terceira acusada, Hélica Gomes, foi absolvida. Os réus eram acusados do planejamento e execução do crime, que chocou a cidade em outubro de 2020.

Nei Castelli e Cosme Lompa receberam a mesma pena e vão cumprir 21 anos, 10 meses e 15 dias de prisão, em regime inicialmente fechado, ambos por homicídio duplamente qualificado. A pena será cumprida na Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (POG), localizada em Aparecida de Goiânia.

Hélica Gomes, que era namorada de Pedro Henrique Martins, um dos condenados pela execução dos homicídios, foi absolvida das acusações. No ano passado, Pedro Henrique, foi condenado a 45 anos, 6 meses e 10 dias de prisão em regime inicialmente fechado.

Julgamento

O clima do julgamento foi de tensão e emoção. No primeiro dia, houve bate-boca entre a defesa e uma testemunha, além de questionamentos sobre as provas aprovadas. No segundo dia, os trabalhos foram iniciados com o depoimento do fazendeiro Nei Castelli, seguido de um embate entre defesa e acusação.

Durante o julgamento, 12 testemunhas foram ouvidas. Nei Castelli e Hélica Ribeiro Gomes negaram qualquer envolvimento no crime, enquanto Cosme Lompa Tavares corroborou a versão do fazendeiro. Apenas a versão de Hélica, no entanto, foi aceita pelo Júri.

Motivação foi derrota judicial

O julgamento ocorreu depois de quase três anos da morte dos advogados. Segundo a investigação e a denúncia do Ministério PúblicoNei Castelli foi o mandante do crime, motivado pela derrota em uma ação judicial que o obrigava a pagar uma quantia de R$ 4,6 milhões aos advogados. Cosme Lompa foi contratado pelo fazendeiro para intermediar a contratação dos executores.

O caso dos advogados Marcus e Frank teve grande repercussão em Goiânia. A denúncia do Ministério Público revelou um crime planejado, no qual os executores viajaram mais de mil quilômetros de Tocantins até a capital goiana. Pedro Henrique e Jaberson Gomes estudaram a rotina das vítimas antes de entrar no escritório de advocacia e cometerem os assassinatos.

Acusado de usar nome falso para marcar horário com os advogados e de acompanhar Pedro Henrique no dia do crime, Jaberson foi morto em confronto com Policiais Militares de Tocantins em 30 de outubro de 2020. Ele não foi indiciado por nenhum crime.

Por Vinícius Marques, do Mais Goiás

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