Empresa alega não saber que aeronave estava guardada em propriedade sob os cuidados do piloto Felipe Ramos, ex-integrante de facção criminosa. Ele foi morto em ação policial.
Um pedido de devolução de um helicóptero usado para o tráfico de drogas foi negado pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), em Goiânia. A aeronave estava guardada aos cuidados do piloto Felipe Ramos, ex-intergrante de facção criminosa morto em ação policial em fevereiro deste ano.
O g1 não conseguiu localizar a defesa da empresa reponsável pelo helicóptero para posicionamento até a última atualização desta reportagem.
A decisão do juiz Jesseir Coelho de Alcântara foi divulgada na terça-feira (13). O magistrado destacou a utilização da aeronave em atividade criminosa, que segundo ele, foi comprovada por meio de um Laudo de Constatação de Drogas.
“É sabido que as coisas apreendidas devem ser restituídas somente quando ficar claramente demonstrada a propriedade do bem, quando o objeto não mais interessar ao processo e quando não for o bem instrumento do crime, sujeito a pena de perdimento”, concluiu o juiz.
Ao juiz, a empresa alegou que teve seu helicóptero apreendido no dia 22 de fevereiro deste ano e que jamais imaginou que o local onde guardaria seu bem, pertenceria ou teria sido alugado a um terceiro envolvido em atividade criminosa. Além disso, afirmou que não houve nenhum apontamento de que a aeronave tenha sido utilizada para cometimento de crime de tráfico de drogas ou homicídio.
Envolvimento com ex-integrante de facção
A empresa ainda alegou que o helicóptero foi adquirido por ela, em conjunto com outra pessoa, mas que devido à impossibilidade de registro, esse ocorreu somente no nome da pessoa física. No entanto, essa pessoa revendeu a sua parte em novembro de 2022, deixando o helicóptero para a empresa.
Ainda reforçou que cerca de 15 dias antes da apreensão, a aeronave foi trazida para Goiânia, onde ainda segundo a empresa, estaria sob cuidados do piloto Felipe Ramos Moraes, ex-integrante de uma facção criminosa morto em ação policial no dia 17 de fevereiro, em uma chácara próxima à BR-060, em Goiânia, na saída para Abadia de Goiás.
Além disso, informou que Felipe seria possuidor de vários helicópteros, e que, inclusive, estava em fase final de homologação de uma empresa de táxi aéreo. Por fim, a empresa justificou que a aeronave sequer tinha possibilidade de voo, o que comprovaria a impossibilidade de seu uso para fins criminosos, quer pelo proprietário, quer por terceiros.
Por G1