A Prefeitura de Goiânia tem enfrentado dificuldades para realizar sepultamentos nos cemitérios públicos por falta de materiais básicos como cimento, tijolos, areia e vergalhões, essenciais para a construção e fechamento de túmulos. A escassez tem sido contornada com doações e até vaquinhas entre secretários municipais.
Durante visita ao Cemitério Municipal Parque, localizado no Setor Gentil Meireles, a equipe do jornal O Hoje se deparou com um cenário de abandono, precariedade e improviso. Funcionários relataram uma rotina marcada pela ausência de insumos, uso de ferramentas improvisadas e reaproveitamento de materiais encontrados entre os túmulos. Segundo eles, há apenas um carrinho de transporte em funcionamento e, com frequência, é preciso “buscar cimento emprestado” para concluir enterros.
“Às vezes temos que catar tijolo entre as quadras ou pedir doação. Agora tem um pouco de material, mas o cimento mesmo falta bastante”, relatou um trabalhador que atua no local há 17 anos. “Está tudo largado. A gente faz o que pode com o que tem.”
Além da escassez de materiais, o local sofre com estrutura precária, túmulos depredados, lixo acumulado, falta de iluminação e insegurança. O mato alto e a ausência de muros facilitam a ação de vândalos, e ossadas expostas não são uma cena incomum.
Por O Hoje