Moradores de cidades de interior de Goiás reclamam de falta d’água, em alguns casos por vários dias. As queixas são de diversas partes do estado mas, sobretudo, das regiões Leste, Noroeste e Centro. Municípios como Valparaíso de Goiás, Nova Crixás, Sanclerlândia, São Luís De Montes Belos e Aparecida de Goiânia são alguns dos que sofrem de desabastecimento.
O comerciante Pedro Junior Pereira, de 33 anos, morador de São Luís de Montes Belos, conta que há cerca de um mês vários bairros da cidade estão passando por desabastecimento. “Em alguns setores falta água apenas pela noite e em outros é definitivo”, explica.
Pedro conta ainda que no último sábado (14) seu estabelecimento comercial ficou sem água durante todo o dia, o que dificultou as vendas e o acesso dos funcionários ao banheiro. O comerciante acredita que a falta de abastecimento é consequência da expansão acelerada do município, que não foi acompanhada por uma política de abastecimento de água.
“Lançaram vários loteamentos habitacionais na cidade e não há condições de abastecer, mas a prefeitura continua permitindo a criação desses empreendimentos”, pontua Pedro. Ele afirma já ter entrado em contato com a Saneago, mas que as ações que o órgão toma, como por exemplo a perfuração de poços há alguns anos, não são suficientes.
Valparaíso de Goiás, na região Leste do estado, sofre o desabastecimento total há oito dias. Josemy Araújo, morador da cidade, entrou em contato com o Mais Goiás afirmando que nenhum morador foi notificado sobre a falta de água.
A Saneago informou ao Mais Goiás que o Ribeirão Saia Velha, responsável pelo abastecimento de Valparaíso, vem sofrendo queda de vazão por conta do desvio de água realizado por clubes recreativos e pivôs. O órgão não se pronunciou sobre a situação dos outros municípios citados nesta reportagem.
Região Metropolitana
Em Goiânia e região metropolitana, moradores de diversos bairros também tem reclamado do desabastecimento. Na capital, as regiões Oeste e Sudoeste têm sido as mais afetadas pela falta de água.
Narcisa Cruvinel, de 43 anos, é moradora de um condomínio no setor Jardim Presidente, na região Sudoeste de Goiânia, e está sem água desde quarta-feira (18) pela manhã. Mas a situação no bairro é de torneiras secas esporadicamente desde setembro.
De acordo com a moradora, a água acaba no bairro semanalmente desde o mês passado. Ao entrar em contato com a Saneago, os moradores do condomínio tiveram a garantia de que até o final de setembro a situação estaria normalizada e que o setor sofria de desabastecimento pois ficava longe do João Leite.
No entanto, a falta de água continua e o condomínio tem que pagar pelo serviço de caminhões pipa que, segundo Narcisa, possuem um valor alto que sai do bolso dos condôminos. A moradora ressalta que precisa armazenar água, pois não sabe quando vai faltar novamente.
*Amanda Sales é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo