Vizinhos definem suspeito de matar aluna em escola de Alexânia como ‘tímido’ e ‘reservado’…

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Vizinhos definem como “tímido” e “reservado” o jovem Misael Pereira Olair, de 19 anos, preso por matar a adolescente Raphaella Noviski, de 16, em uma escola pública de Alexânia, no Entorno do Distrito Federal. Segundo eles, o rapaz morava com a mãe e uma irmã, no mesmo município. Os moradores contam que estão surpresos com o crime e em saber que o jovem foi preso e confessou o assassinato.

O pedreiro Gleison Pereira Souza, de 42 anos, conta que é amigo das famílias de Raphaella e Misael. Vizinho do autor dos disparos, ele conta que conhece o jovem há mais de dez anos e o considera reservado.

“Era calmo, na dele. Ele ficava muito em casa, jogando no computador. Era educado com a gente, sempre respeitou, cumprimentava”, descreveu.

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A dona de casa Eleni Xavier de Souza, de 44 anos, disse que ficou sabendo do caso pela filha e demorou a acreditar. “Eu via a foto dele e não acreditava. Ele sempre foi muito calado, ficava dentro de casa, sempre com a mãe. Foi um susto quando ficamos sabendo”, contou.

Uma dona de casa de 64 anos, que não quis se identificar, reforça o perfil do jovem. “Eu tinha uma quitanda aqui em casa e ele sempre vinha comprar comigo e era tão tímido que tinha vergonha até de pedir as coisas. A gente só via ele em casa, ajudando a mãe, e passando para a escola ou para o trabalho com a mochila nas costas e de cabeça baixa”, relatou a idosa.

Outra vizinha, que também não quis se identificar, disse que Misael questionou a versão dada por ele à polícia de que planejou o crime por 1 ano, período em que juntou R$ 2,3 mil para comprar a arma usada no crime.

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“Ele era reservado e a família muito humilde. Ele nunca foi de festa, de se envolver em briga. Ele trabalhava, tinha planos, estava juntando dinheiro para tirar a carteira de habilitação, não para a arma”, contou.

Arrependimento

Inicialmente, logo após ser preso, no dia do crime, segunda-feira (6), a polícia gravou declarações de Misael na delegacia. Na ocasião, ele afirmou que matou Raphaella porque a odiava e que não se arrependia (assista acima). Depois, no depoimento formal, afirmou que atirou várias vezes para que a vítima “não sentisse dor”.

Porém, na terça-feira (7), em uma nova gravação, ele voltou atrás. Com um hematoma no olho esquerdo, ele foi novamente questionado pela delegada Rafaela Azzi sobre arrependimento em respondeu: “Tô [arrependido], de verdade” (veja abaixo).

https://youtu.be/yS06NUJibMc

A nova gravação foi feita logo após a audiência de custódia realizada nesta tarde, na qual a Justiça converteu de flagrante para preventiva a prisão dele e do comerciante Davi José de Souza, de 49 anos, que o ajudou na fuga.

No vídeo, Misael também confessa que ligou para a vítima no dia do crime e perguntou se ela “estava preparada”. “Quando ele liga no dia do crime e questiona isso, é como uma ameaça prévia. É como ele perguntando se ela está pronta para morrer. Mas achamos que a vítima não levou isso a sério”, disse Rafaela ao G1.

Olho roxo

No vídeo em que diz estar arrependido, Misael aparece com um hematoma no olho esquerdo, o qual não apresentava na primeira gravação. A delegada afirmou que o machucado foi provocado devido a uma queda no banheiro do presídio. “Ele disse que tinha caído porque a a luz é pouca”, explica.

Após a audiência de custódia, o advogado de Misael, Joel Pires Lima, deu a mesma versão para o olho roxo e disse que ele “bateu o rosto na parede” do banheiro do presídio.

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O juiz que presidiu a sessão, Leonardo Bordini, afirmou que Misael, de fato, relatou ter caído. Como ele alegou um acidente, por enquanto, não será aberto nenhum procedimento.

“Posso determinar a abertura do inquérito para apurar as circunstâncias, mas, a princípio, as informações que ele citou são suficientes”, afirmou o magistrado.

Crime

O crime foi cometido no Colégio Estadual 13 de Maio, também em Alexânia. Segundo a Polícia Civil, o atirador é ex-aluno da instituição. A delegada Rafaela Azzi afirmou ao G1 que o suspeito disse ter disparado 11 vezes contra a vítima, por “sentir ódio” dela.

“Ele alega que é conhecido ‘de longa data’ da vítima, e que sentia muito ódio da menina. A partir do depoimento dele entendemos que ele tentou namorar com ela, mas foi rejeitado. Por conta disto resolveu comprar uma arma, adentrar na escola onde ela estava e ceifar a vida dela”, revelou.

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A delegada explicou que o suspeito planejou o crime por um ano e afirmou ter comprado o revólver calibre 32 de uma pessoa, mas não revelou o nome. Ela explicou ainda que ele sequer tem idade – o mínimo exigido é 25 anos – para ter posse ou porte de arma. Ele deve ser indiciado por feminicídio.

Vídeo mostra pânico

Imagens do circuito interno do Colégio Estadual 13 de Maio, onde ocorreu o crime, mostram momentos de pânico logo após o homicídio. No registro, é possível ver Misael chegando ao local e fugindo em seguida (veja abaixo).

Ele usa uma máscara, que foi apreendida pela polícia com ele no momento de sua prisão. Em depoimento, ele disse que não estava arrependido.

Por conta do crime, a Secretaria de Estado da Educação, Cultura e Esporte (Seduce) suspendeu temporariamente as aulas. O colégio só reabrirá no próximo dia 16, quando está previso um culto ecumênico em homenagem à vítima.

https://youtu.be/rwyUPepWoW8

Vídeo mostra correria após menina ser morta em escola; atirador diz não estar arrependido

Por G1

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