Assassinato ocorrido em novembro de 2015 era tratado como latrocínio, mas declarações de amigos, e confissão do próprio assassino, mudaram a versão do caso
Em dois de novembro de 2015, a Polícia Militar prendeu, ainda em flagrante um maior, e apreendeu um menor, que confessaram ter assassinado, dois dias antes, na BR-060, entre Goiânia e Abadia de Goiás, a bancária Cibelle Silveira, de 31 anos. Inicialmente, o caso foi tratado como latrocínio (roubo seguido de morte), mas durante uma nova investigação, a Polícia Civil descobriu que o marido da bancária foi quem encomendou o crime.
Cibelle foi assassinada com um único disparo no peito na noite do dia 30 de novembro de 2015 no momento em que, como fazia com frequência, pedalava com o marido Eduardo de Oliveira Francisco, e mais três amigos pela rodovia. Dois dias depois, a PM prendeu Pedro Henrique Domingues de Jesus Félix, que tinha 18 anos, e apreendeu um adolescente, de 17.
Os suspeitos confessaram ter atirado na bancária após ela se distanciar dos colegas de pedal, e tentar impedir que eles lhe tomassem a bicicleta em que ela estava.
“O inquérito já havia sido concluído e remetido ao Judiciário, e os dois autores denunciados por latrocínio, mas quando recebi o laudo cadavérico e vi que a vítima tinha lesões pelo corpo, que me confirmou o perito não tinham nada a ver com a queda do dia em que ela foi assassinada, resolvi ouvir parentes e amigos, ocasião em que descobri que a Cibelle vivia sendo espancada, e ameaçada de morte pelo marido”, relatou o delegado Thiago Martimiano, adjunto da Delegacia de Investigações de Homicídios (DIH).
Segundo o delegado, após a descoberta, Pedro Henrique, em novo depoimento, prestado já em juízo, contou que havia sido contratado por Eduardo de Oliveira Francisco por R$ 30 mil para matar a bancária. O marido da vítima, porém, ainda segundo o autor do disparo, só teria lhe repassado R$ 5 mil.
Eduardo de Oliveira, ainda de acordo com o adjunto da DIH, já foi denunciado pela morte da esposa. Como o inquérito já havia sido remetido na época do crime ao Poder Judiciário, o delegado não teve como solicitar a prisão do marido da vítima. “Nesse caso só quem pode pedir é o Ministério Público, mas como o Eduardo não tem passagem criminal, já foi denunciado, e deve ser julgado em breve, acredito que isso não acontecerá”, finalizou.
Por Mais Goiás