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A estudante de farmácia Beatriz Carneiro de Araújo, de 20 anos, conta como ficou abalada após ter 45% do corpo queimado durante ataque de uma desconhecida em São Luís de Montes Belos.
Ela está passando por tratamento no Hospital de Queimaduras de Anápolis, a 55 km de capital, e precisa ir a cada dois dias na unidade para fazer raspagens.
Ao lembrar do episódio, que ocorreu no último dia 16 de março, a estudante relata que ficou em choque com o ocorrido e que não conhece a autora.
“Nunca tinha visto a mulher. Fiquei muito desesperada. Essa dor eu não desejo para ninguém”, disse em entrevista à TV Anhanguera.
A jovem estava saindo de um mercado quando o vidro do carro dela foi quebrado e a autora jogou álcool e ateou fogo nela. A vítima conta que sentiu o gosto do álcool na boca e, mesmo com o carro já em movimento, saiu correndo.
“Lembro do desespero de pensar porque daquilo. Eu estava com muita angústia. Fiquei repetindo: ‘Eu nunca fiz mal a ninguém’. […] Fiquei muito nervosa, mas com muita dor porque eu vi que tinha queimado. Estava desesperada e o pessoal tentando me acalmar. A dor era imensa”, recordou.
Após o incidente, Beatriz foi hospitalizada e começou o tratamento. Enquanto estava internada, ela não sabia quanto do corpo havia sido queimado ou dos riscos que estava correndo.
“Eu não tinha ideia do quão grave estava a minha situação. No momento não pensava no outro dia. Sentia dor, mas não tinha noção da gravidade. Foi um baque para família, para os amigos, para todo mundo”, completou.
Beatriz já passou por três cirurgias enquanto estava internada. A estudante, que mora em São Luís de Montes Belos, contou que está ficando em Anápolis para voltar ao Hospital de Queimaduras a cada dois dias para fazer raspagens. Ela ainda deve passar por mais uma operação para colocar enxertos no braço.
Ao ser questionada sobre o que espera em relação a autora do crime, a estudante disse que espera que ela fique detida e não volte a atacar outras pessoas. Para o futuro, Beatriz quer retomar a rotina e seguir com os estudos.
“Quero recuperar minha saúde física e mental, que estão abaladas. Não tenho que pensar por que isso aconteceu comigo, isso entreguei para Deus, mas quero me recuperar, terminar minha faculdade. Quero tentar terminar ano que vem e seguir buscando coisas boas”, concluiu.
Uma mulher suspeita do crime foi presa no mesmo dia do ataque. Ela teve prisão preventiva decretada durante a audiência de custódia. O G1 não conseguiu localizar o delegado responsável pela investigação para falar sobro o inquérito ou a defesa da presa, para comentar o caso.
Por G1/Goiás