Dono de um patrimônio milionário, Welton Ferreira Nunes Júnior foi autuado no final de abril acusado de liderar quadrilha que rouba gado em Goiás
A cúpula da Segurança Pública de Goiás mantém em absoluto sigilo as investigações que tentam apurar como Welton Ferreira Nunes Júnior, de 25 anos, desapareceu de uma das celas da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Goiânia. Acusado de liderar uma quadrilha de roubo de gado em Goiás e dono de um patrimônio superior a R$ 6 milhões, Welton sumiu no último final de semana.
A prisão de Welton, que mora em um condomínio fechado de alto luxo em Goiânia aconteceu no final de abril, quando o titular da Delegacia de Repressão a Roubos e Desvios de Cargas (Decar), Alexandre Bruno, conseguiu reunir provas de que ele comandava uma quadrilha especializada em roubar gado em Goiás. Outras quatro pessoas também foram presas naquela ocasião acusadas de integrar o bando que, segundo apurou o delegado, usava veículos com giroflex e coletes da Polícia Civil para abordar caminhões carregados com gado no momento em que eles saíam das fazendas.
Desde então, Welton, teria adquirido imóveis e três carros importados de luxo, entre eles uma Mercedes avaliada em mais de R$ 200 mil, com o dinheiro obtido nos roubos, segundo a polícia. Ele estava preso em uma das celas da Deic, no complexo de delegacias especializadas na Cidade Jardim em Goiânia.
O Mais Goiás apurou com exclusividade que o “sumiço” de Welton Júnior só foi constatado na manhã da última segunda-feira (04/07) durante o expediente, e desde então tornou-se assunto proibido entre os policiais que trabalham naquela especializada. Nenhum cadeado, porta ou cela da Deic teria sido arrombada. A probabilidade de Welton Júnior ter escapado saltando o muro também é praticamente nula, já que os presos que ali ficam não têm acesso ao pátio.
Investigação
Procurado pelo Mais Goiás, o assessor de imprensa da Polícia Civil, delegado Gylson Mariano, disse que quem cuida da segurança e vigia os presos que estão nas celas da Deic são agentes lotados da Delegacia de Capturas, e que o fato já está sendo investigado. “A responsabilidade sobre aquele cárcere ali foi repassada recentemente para a Delegacia de Capturas. Portanto, os agentes que cuidam dos presos nada tem a ver com os demais policiais que trabalham na Deic. Nós até nem gostamos de falar que ali é uma cela da Deic, mas da Delegacia de Capturas.”
O assessor de imprensa ainda ressaltou que a Corregedoria da Polícia Civil já foi acionada e que está investigando como o prisioneiro conseguiu sair da cela. “Caso seja comprovada a participação de um ou mais agentes eles serão punidos com o rigor da Lei, podendo também serem excluídos da Polícia Civil”, garantiu o delegado.
Por Mais Goiás