Um auxiliar de gestão administrativa da Secretaria da Economia é investigado pela Polícia Civil (PC) sob suspeita de vender notas fiscais frias para que proprietários rurais do interior conseguissem obter empréstimos bancários a juros baixos. Duas contadoras que trabalham em um grande escritório na cidade de Jussara, onde o homem era lotado, também estão sob investigação .
De acordo com as investigações conduzidas pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT), o servidor teria emitido, do início de 2019 até agora, pelo menos 100 notas avulsas falsas. Ele é concursado e está no cargo há mais de 20 anos.
“Como o produtor rural que quer pegar empréstimo no banco com juros mais baixos precisa provar que está ampliando seus negócios, este servidor oferecia a eles notas fiscais de compras falsas, mas que tinham a chancela da Secretaria da Economia. E cobrava 10% sobre o valor final. Só que, para não levantar suspeitas de sonegação, ele lançava essas notas no sistema com isenção financeira”, explicou o delegado Marcelo Aires, titular da DOT.
A suspeita é de que, em pouco mais de um ano, o servidor tenha emitido pelo menos 100 notas fiscais falsas, gerando um prejuízo superior a R$ 2 milhões ao estado. Já as contadoras, segundo o delegado, eram as responsáveis por atrair os produtores rurais. E depois davam dicas de como eles deviam proceder para, com a nota falsa em mãos, conseguir empréstimos junto aos bancos.
Em agosto do ano passado, a Secretaria da Economia já havia desconfiado da grande quantidade de notas que estavam sendo emitidas com isenção em Jussara. E, por isso, resolveram transferir o servidor para Firminópolis. “Mesmo assim ele continuou emitindo notas falsas na agência para onde foi transferido”, concluiu Marcelo Aires.
A polícia vai analisar, agora, os celulares e computadores que foram apreendidos durante uma ação realizada nesta terça-feira (4) em Firminópolis e Jussara. O servidor, que já foi afastado das funções por 60 dias, e as duas contadoras, responderão por crime contra tributação, associação criminosa e crime contra a administração pública. Somados, os delitos têm pena de reclusão superior a cinco anos. A princípio, o delegado não pediu a prisão de nenhum dos suspeitos.
Por Mais Goiás/Ratinho Notícias