Eduardo Marques*
O governador Ronaldo Caiado (DEM) sinalizou na manhã desta quinta-feira (14) que pode desistir do novo decreto para restringir as atividades sociais e econômicas como medida para conter o avanço do novo coronavírus (Covid-19). “Decreto pra quê, se as pessoas não vão seguir?”, perguntou durante entrevista à CBN Goiânia.
O anúncio de um novo decreto ocorreu após Goiás atingir, por dias seguidos, o último lugar no índice de isolamento social do País. Contudo, a possibilidade de volta das restrições enfrentou resistência principalmente entre os prefeitos e o setor industrial. Líderes religiosos e até técnicos da área da saúde também ponderam que o mais adequado seria manter as medidas atuais, com aumento da fiscalização.
Perguntado sobre as manifestações contrárias ao endurecimento das regras, o democrata afirmou que, como governador, tem a prerrogativa de editar o documento, mas questionou: “Se não tem uma adesão como houve no primeiro, para que fazer um novo decreto para ser letra morta?”
Caiado repetiu diversas vezes durante a entrevista que a medida só tem efeito se tiver a adesão de todos, e disse não fazer sentido baixar um decreto que não tenha “um sentimento da população”. “Por que nós chegamos a 70% (taxa de isolamento) no primeiro decreto? Porque todos nós alcançamos a causa. Nós estamos colhendo os bons frutos desse decreto”, disse.
Hospitais privados com leitos ociosos
Nesta quarta-feira (13) a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) publicou uma nota de esclarecimento à população sobre a atual situação do setor hospitalar privado goiano.
No documento, a associação afirma que “busca esclarecer a população sobre inverdades que vêm sendo veiculadas durante essa pandemia e que só contribuem para gerar pânico entre as pessoas, comprometendo a assistência a quem necessita dos cuidados médico-hospitalares”.
Na nota, a associação disponibiliza dados de que atualmente, os hospitais privados estão funcionando com uma ociosidade que chega a 80% em algumas unidades. Ou seja, a maior parte dos leitos está vazia devido à redução por parte de atendimentos eletivos e à baixa procura por parte e pacientes suspeitos de Covid-19.
Já nas unidades de Pronto-socorro, o atendimento dos hospitais associados caiu, em média, 50% desde o início da pandemia. E nos hospitais associados que possuem leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) contabilizam 500 leitos, destes, 100 foram disponibilizados exclusivamente para atendimentos de Cocid-19. Atualmente a médica de ocupação destes leitos é de 20%.
Balanço
Goiás totaliza 1.225 casos confirmados de Covid-19, de acordo com o boletim atualizado e divulgado nesta quarta-feira (13) pela Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO). Destes, 61 óbitos também foram confirmados em decorrência da doença.
*Com informações da CBN Goiânia