Entenda o que é ‘antifascismo’, movimento que Trump promete criminalizar nos EUA…

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Termo ganhou destaque em razão da onda de protestos dos EUA e movimentos no Brasil tem explicação mais simples do que parece

Por definição simplificada, o chamado ‘antifascismo’ é toda a produção filosófica, de teorias e práticas de ativismo em oposição ao ‘fascismo’. Portanto, para entender o que significa o termo em destaque nos noticiários e redes sociais em razão da onda de protestos nos EUA e mobilizações no Brasil, é preciso dar um passo atrás e entender do que se trata o ‘fascismo’.

O trabalho de historiadores estima que o termo foi cunhado no início do século XX, pré Primeira Guerra Mundial, se moldando até a Segunda Guerra Mundial, na metade do século. Nesse época, grupos se autodenominavam fascistas, deixando as ideias que eram defendidas por eles como características do termo que agora é utilizado de forma pejorativa e não mais abraçado publicamente.

Eram diferentes grupos a se identificarem com o fascismo, se concentrando em bases políticas “autocratas”, modelo caracterizado pela detenção de poder por um só agrupamento, com defesa do ultranacionalismo. Dessa forma, características como poder ditatorial, intolerância a oposição, estabelecimento de ideia única e a previsão da violência como caminho para fortalecimento da nação estão entre os principais sintomas.

Na Itália, berço do fascismo, grupos ligados ao ditador Benito Mussolini são apontados como pensadores do modelo no início do século XX. Nos EUA, o Ku Klux Klan (KKK), grupo supremacista branco com origem no século XIX, é tido como um dos primeiros movimentos que se caracterizam fascistas, apesar de não evocarem o termo para si.

Antifascismo

Dessa forma, ganhando força esses movimentos, surge também durante Primeira Guerra Mundial o “antifascismo” – oposição organizada de enfrentamento aos movimentos autocratas. Na Segunda Guerra, grupos italianos lutavam contra fascistas ligados ao ditador italiano Mussolini.

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Já na Alemanha, o antifascismo ganhou uma segunda característica: o antinazismo. Por lá, organizações militares e paramilitares lideradas ou não por partidos políticos, lutavam contra os movimentos nazistas do país, chegando a protagonizar confrontos violentos, tendo o grupo ainda tido papel durante o regime de Hitler.

Atualmente se destaca o movimento estadunidense Antifa, que desde 2017 acentua o enfrentamento a grupos neonazistas, utilizando meios violentos de embate. Voltou a ganhar destaque nas manifestações pela morte George Floyd. No domingo, 31, pelo Twitter, o presidente americano Donald Trump escreveu que irá criminalizar o movimento, reacendendo o debate sobre a atuação dos grupos, que são acusados pelo presidente de serem radicais.

O simbolo que hoje ganha diferentes cores veio da Frente Única alemã Antifaschistische Aktion, grupo que reunia diversos espectros de oposição à extrema-direita, como comunistas e social-democratas. O logotipo é originalmente todo vermelho, mas ganhou diversas adaptações ao redor do mundo.

São as diferentes bandeiras e amplitude do termo que responde a questionamentos sobre se haveria detentores da pauta. Apesar de haver movimentos organizados que se nomeiam ‘Antifa’ como um corpo específico, grupos onde predominam teorias comunistas e anarquistas, não existe, por definição, apenas um ou alguns grupos, podendo ser considerado antifascista todos os que, em síntese, são contra o fascismo.

No Brasil, movimentos antifascistas também ganham visibilidade há alguns anos. Nas manifestações de 2013, por exemplo, grupos como os Black Bloc se definiam como ação antifascista. No domingo, 31, mesmo dia que Trump anunciou a criminalização nos EUA, grupos autonomeados antifascistas protagonizaram atos reivindicados como antifascistas em São Paulo e no Rio de Janeiro, chegando a registrar cenas de confrontos com policiais e com apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

Por Jornal Opção

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