A conselheira lotada no Conselho Tutelar da Asa Sul Danielle Damasceno Reis, ex-companheira do “Rei da Telebrasília” e presa no âmbito da Operação Sistema, relacionava-se com um criminoso condenado e foragido da Justiça. Investigadores da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) descobriram a identidade do homem após consultar a vida pregressa dele.
Com extensa ficha criminal, o namorado da conselheira tem duas sentenças condenatórias por homicídio e formação de quadrilha. Além disso, o homem havia sido preso por homicídio qualificado, tentativa de homicídio, tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e uso de documento falso. Juntas, as penas somam 20 anos de reclusão, que, agora, serão cumpridas pelo condenado.
A coluna apurou que o atual companheiro da conselheira também havia sido seu primeiro marido, antes de ela se relacionar com o traficante conhecido como “Rei da Telebrasília”, também preso na Operação Sistema, desencadeada nesta quarta-feira (4/5). Investigações apontaram que a mulher teria envolvimento com o tráfico de cocaína e que teria sido eleita com a ajuda e a influência do antigo parceiro.
Esquema milionário
O suposto envolvimento da conselheira com o esquema milionário de tráfico de cocaína também está ligado à facilitação para garantir a lavagem de dinheiro. Conforme narram os agentes que participaram da operação, parentes de Danielle teriam fornecido contas bancárias para que o dinheiro do tráfico fosse movimentado sem suscitar qualquer suspeita sobre os reais donos do dinheiro.
Os laranjas ainda faziam depósitos, transferências e saques em dinheiro de grandes valores.
Operação Sistema
Complexo e estruturado, o esquema criminoso usado para financiar, transportar, armazenar e distribuir centenas de quilos de cocaína foi desarticulado na quarta-feira (4/5). Ao longo de três anos, investigadores da Cord mapearam a ação da quadrilha acusada de abastecer grandes traficantes do Centro-Oeste.
A ação cumpriu mandados de prisão temporária e de busca e apreensão no DF, com apoio de outras forças policiais, em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás. Após solicitação da PCDF, a Justiça deferiu o sequestro de 56 bens móveis e imóveis, como 29 veículos – entre eles, três Porsches e cinco jet skis. Também foi solicitado o bloqueio das contas bancárias de todos os alvos, incluindo um prédio inteiro na Vila Telebrasília.
As investigações apontam que a organização criminosa era dividida em dois núcleos que funcionavam como um “sistema nervoso” do grupo, exercendo a liderança das ações, o planejamento do transporte da cocaína, o armazenamento e a distribuição da droga.
O primeiro núcleo, sediado na Vila Telebrasília, era supostamente comandado por um homem conhecido como o “rei” da região. O segundo ficava sob a responsabilidade dos “Irmãos do Pó”, que ditavam as ordens baseados em Samambaia. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.
Por Metrópoles