Um grupo de aves de rapina desempenha papel crucial na segurança das aeronaves e na prevenção de possíveis ameaças no espaço aéreo do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, estado de Minas Gerais. Aurora, Shogun, Peregrino, Shakira, James e Oliver são os “funcionários” do aeroporto, treinados com técnicas de falcoaria para espantar as outras aves que se aproximarem do local. Além de crachás com nomes e funções, as aves também possuem um tipo peculiar de “salário”.
Desde 2014, o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte adotou essa abordagem inovadora para evitar colisões entre aves e aeronaves. Foram treinadas seis aves, incluindo gaviões e falcões, para patrulhar os céus ao redor do terminal. Essas aves, como Aurora, desempenham um papel vital na dissuasão de pássaros que poderiam representar uma ameaça para as aeronaves que chegam e partem do aeroporto.
Cada uma dessas aves tem uma função específica, que está impressa em seu crachá. Aurora é especialista em “afugentar quero-queros”, enquanto Shogun, Peregrino, James e outros a auxiliam na tarefa de manter os céus seguros. Eles voam em três turnos, das 6h às 18h, garantindo proteção constante ao aeroporto.
Ao invés de dinheiro, eles recebem como salário comida e petiscos pelo trabalho fornecido. Os treinadores usam técnicas de falcoaria para treinar e comandar as aves durante seus voos de patrulha. Esse esforço conjunto resultou em uma notável redução nas colisões entre aves e aeronaves.
Marcos Cruz, biólogo e coordenador de manejo de fauna do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, enfatiza a importância dessa equipe de aves de rapina na gestão de riscos relacionados à fauna. A missão delas é clara: minimizar os riscos que as aves representam para a operação do aeroporto. Parece que esses funcionários alados estão desempenhando sua tarefa com eficácia, tornando os céus mais seguros para todos que voam pelo Aeroporto Internacional de Belo Horizonte.
Segundo a BH Airport, concessionária do aeroporto, desde a adoção da falcoaria houve uma queda acentuada no número de colisões com aves de grande porte e de danos às aeronaves – e em 2018 não houve registro de colisão que tenha resultado em danos. “Um dos maiores prejuízos que se tem na aviação é o da fauna, as colisões. Um animal dentro da área de operação pode até fechar um aeroporto”, diz Douglas Gameiro, Gestor de Qualidade, Segurança e Meio Ambiente na BH Airport. Ele explica que, até mesmo pela localização do aeroporto, no município de Confins, a gestão do risco fauna tem um contexto próprio.
Outro funcionário inusitado
Além da ronda no céu, há também quem a faça por terra. Martin é um cachorro da raça pointer inglês que “trabalha” como fiscal dos canteiros do aeroporto. Assim como as aves, ele também tem crachá e fica em horários determinados pela equipe responsável pelo manejo de fauna.
“O Martin é um cão de caça.No intervalo entre pousos e decolagens, a gente pede autorização à torre e ele atua correndo atrás das aves, espantando tudo que for pássaro. Uma importantíssima função na questão da segurança aeroportuária”, contou Cruz.
Por JO