O advogado suspeito de agredir quatro crianças que foram chupar manga em Cezarina admitiu que amarrou um dos garotos. Porém, ele nega que o tenha torturado e diz que tomou a atitude porque estava sendo furtados. Imagens feitas por moradores da região mostram quando o agressor pisa em um deles (veja no vídeo acima).
O caso aconteceu no sábado (29). Elas contam que foram a um terreno que não tem cerca ou portão e, quando estavam chupando mangas, foram agredidas pelo advogado. “Nós fomos pegar manga, aí ficamos lá para chupar manga e ele foi, apareceu, e na hora que eu fui correr, ele deu uma chicotada nas minhas costas e pegou meu sobrinho menor”, disse a garota de 11 anos.
O homem que não quer se identificar, diz, no entanto, que o grupo estava arrombando sua casa. “O vizinho disse que umas crianças estavam quebrando a casa. Quando cheguei, estavam arrombando a porta, um deles com uma faca na mão. Eu consegui imobilizar um com um elástico de moto”, contou.
O advogado negou que tenha torturado as crianças. “Eu consegui deter, segurar e imobilizar somente um dos meninos. Os outros três saíram correndo. Eu tenho mais de 50 anos, então é impossível eu pegar quatro ao mesmo tempo. Eles alegaram que eu torturei os quatro por meia hora. Eu segurei só um com e não tem lesão, não teria como. O elástico que eu imobilizei ele não machuca ninguém”, disse.
O delegado responsável pelo caso, Dayvison Pedrosa Gerhard, disse que trata o caso como tortura. “Ele bateu nessas crianças, amarrou uma, torturou e, quando a avó foi lá para pedir para soltar o garoto, ele agrediu essa avó ainda. O crime é inafiançável, hediondo, com regime inicial de prisão é o fechado. Ele vai responder de forma muito severa perante a lei”, explicou.
O delegado explicou que o advogado e outras testemunhas ainda devem ser ouvidas ao longo da semana, mas que, independente do motivo das crianças estarem no terreno, nada justifica a atitude do homem.
“Mesmo que não seja para pegar manga, que elas, de fato, tivessem ido lá para pegar alguma coisa, para furtar, o que eu não acredito que seja, nada justifica a atitude dele, absolutamente nada. O que ele devia fazer era conter essas crianças, procurar os pais dela, o Conselho Tutelar e informar o ocorrido. Mais nada”, afirmou.
A conselheira tutelar Zeila Adriano Silverio informou que encaminhou na segunda-feira (30) os relatórios médico e do Conselho Tutelar para o Ministério Público para que o caso seja analisado e as medidas necessárias sejam tomadas.
Por G1