O ataque deste domingo ocorre apenas um dia depois de outro bombardeio israelense matar 17 pessoas no complexo escolar de Hamama, também em Gaza. Basal afirmou que o local também abrigava pessoas deslocadas pela guerra, que já dura quase dez meses. O Exército de Israel confirmou a ofensiva e, assim como neste domingo, disse que ela foi direcionada contra “terroristas que operavam a partir de um centro de comando e controle do Hamas” instalado dentro do local.
“Lá, eles planejaram e executaram diversos atentados terroristas contra soldados israelenses”, escreveu o Exército israelense, que acusa de maneira reiterada o Hamas de utilizar instalações civis como centros de controle ou para esconder seus comandantes – algo que o grupo nega. Ao todo, segundo a rede catari al-Jazeera, Israel já atacou 152 escolas que abrigavam palestinos desde o início do conflito.
A guerra na Faixa de Gaza teve início em 7 de outubro, após terroristas do Hamas invadirem o território israelense e matarem mais de 1,1 mil pessoas, a maioria civis. Das 251 pessoas sequestradas naquele dia, 111 permanecem em cativeiro em Gaza – sendo que ao menos 39 morreram. Como resposta, a ofensiva de Israel no enclave já deixou mais de 39,5 mil mortos, segundo o Ministério da Saúde do governo de Gaza.
Escalada de ataques na Faixa de Gaza
Na madrugada deste domingo, o Hezbollah, grupo xiita libanês apoiado pelo Irã, lançou dezenas de foguetes contra o extremo norte israelense. Imagens divulgadas nas redes sociais mostraram o sistema de defesa aérea de Israel, o Domo de Ferro, interceptando alguns deles – que, segundo autoridades do Estado judeu, caíram em “espaços abertos”. Um deles chegou a atingir a vila, mas não deixou feridos. Como resposta, o Exército israelense atacou o local de onde os mísseis foram lançados.
As hostilidades na fronteira Líbano-Israel são intensas desde que a guerra em Gaza teve início, com o grupo libanês dizendo que tem agido em solidariedade ao Hamas. As tensões ainda não escalaram para uma guerra maior, mas os temores de que isso possa estar perto de ocorrer aumentaram recentemente – especialmente após as mortes de Faud Shukr, comandante do Hezbollah, e do líder da ala política do Hamas, Ismail Haniyeh, assassinados na terça e na quarta.
O líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, disse que o país tem o “dever de buscar vingança”, e o chefe do Hezbollah, Hasan Nasrallah, citou uma resposta “inevitável”. Israel disse estar preparado para defender ou atacar, e na última sexta-feira os Estados Unidos, principal aliado do Estado judeu, anunciou o reforço de seu dispositivo militar no Oriente Médio para “aumentar o apoio à defesa” israelense.
Diante do temor do agravamento do cenário na região, Suécia, Estados Unidos, Reino Unido, França e Jordânia pediram nos últimos dias que seus cidadãos abandonem imediatamente o Líbano. Neste domingo, o Ministério das Relações Exteriores francês também pediu que os franceses deixassem o território libanês “o mais rápido possível”. O Canadá, que em junho recomendou que civis canadenses deixassem o Líbano, apelou neste sábado que a população também evite viagens a Israel. (Com AFP e New York Times)
Texto: O Globo