Com 181,2 mil e 3,8 mil casos confirmados, dengue e chikungunya batem recorde em Goiás

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Casos das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti são os maiores desde 1994

Os casos de dengue e chikungunya atingiram o maior número no estado desde quando começaram a ser feitos os registros das doenças provenientes do mosquito Aedes aegypti em 1994. Em 331 dias (de 2022), Goiás registrou 181.239 pessoas infectadas pela dengue. O número é 308,8% maior do que o registrado em todo ano passado, conforme dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES). 

Ou seja, 22 pessoas contraíram dengue por hora em 2022, totalizando 547 casos confirmados por dia. Além disso, os registros de casos notificados também subiram 290,4%, após passar de 66.957 notificações em 2021 para 261.450 neste ano. O número de mortes também surpreende devido ao aumento expressivo de 384%. Apenas neste ano, 150 pessoas morreram por complicações da doença, enquanto que no ano passado o número chegou a 39.

Sintomas

Os principais sintomas do vírus, conforme o coordenador de dengue, zika e chikungunya da SES, Murilo do Carmo, são febre alta, erupções cutâneas e dores musculares e nas articulações. Nas formas mais graves, a dengue pode causar hemorragia interna em órgãos e tecidos, podendo levar à morte. 

“O estado registrou um aumento expressivo de chuvas esse ano, e quanto mais água nos criadouros, mais mosquitos vão aparecer. Outro motivo para o aumento dos casos é a circulação simultânea dos vírus da dengue. Por exemplo, existem quatro tipos de dengue, mas Goiás possui dois tipos em circulação. Além disso, há também o problema com a própria população que não faz o dever de casa, que é cuidar do quintal. Infelizmente, mais de 90% dos criadouros são encontrados em imóveis residenciais”, explicou.

Epidemia  

Para Murilo, o estado já passou por uma epidemia de dengue no começo do ano, mas sofreu uma baixa no número de casos devido à estiagem. Porém, semanalmente, o especialista conta que são registradas mil notificações da doença. 

“Infelizmente a população tem deixado muito a desejar, em tirar aqueles 10 minutos do seu tempo para fazer o seu trabalho. Não existe nada de inovador para combater a dengue, a não ser as ações que já estão sendo realizadas, como aplicação de remédios e fiscalização. Porém, é preciso que a população ajude, que se tornem agentes de saúde das suas residências”, explicou.

Chikungunya

Os casos relacionados à chikungunya, por outro lado, sofreram um aumento ainda maior, de 565,7%. Isso porque os registros da doença saltaram de 581 em 2021, para 3.868 este ano. A letalidade, no entanto, é inferior à da dengue, mas também seguiu tendência de aumento, passando de uma morte (no ano passado) para sete (em 2022). 

“É um tipo de doença que nunca circulou pelo estado de Goiás. Ou seja, toda a população é vulnerável à doença, está suscetível a pegá-la. Os primeiros pacientes que contraíram a doença no estado foram registrados no ano passado. Há dois anos a gente monitorava casos de pessoas que tinham histórico de viagem. Porém, agora a doença se disseminou pelo estado. Já são quase 80 municípios com a presença confirmada da chikungunya”, concluiu.

Por JO

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