Impasse entre a cúpula do colegiado e deputados da esquerda atrasou votação
Fim do casamento homoafetivo? Prevista para às 10h desta quarta-feira, a votação da Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara sobre o futuro dos casamentos homoafetivos no Brasil se atrasou. Motivo? Um impasse entre a cúpula do colegiado e deputados da esquerda quanto ao acesso de manifestantes ao Plenário 7 da Casa, onde a sessão acontecerá.
No início da manhã, a Polícia Legislativa bloqueou a entrada no espaço de pessoas que pretendiam acompanhar o debate, cujo relatório de Pastor Eurico (PL-PE) é pela proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
De acordo com parlamentares progressistas, a decisão de votar esse entendimento sem a presença de manifestantes teria partido do presidente da comissão, Fernando Rodolfo, correligionário de Eurico.
Rodolfo afirma que a orientação partiu, na verdade, do Departamento de Polícia Legislativa, por questões de segurança.
Por causa dessa decisão, somente estão sendo aceitas no plenário pessoas munidas de pulseiras laranjas cedidas pela Casa. Enquanto isso, a TV Câmara, que se preparava para transmitir os trabalhos, entrevista deputados e exibe vídeos institucionais para driblar o atraso.
Enquanto a sessão não começa e o bloqueio não é revertido, deputados contrários ao relatório de Eurico estão evitando registrar presença e limitando o quórum do pleito.
A mudança, que subverte uma decisão do STF de 2011, só passaria a ter validade depois de aprovada adiante pelos plenários da Câmara, do Senado e submetida a sanção da Presidência.
Em dez anos de permissão, casamentos homoafetivos quadruplicam no Brasil.
Por Agência o Globo
