Segundo a Polícia Civil de Santa Catarina, a quadrilha usou armamento pesado, com fuzis de uso restrito das Forças Armadas
Os criminosos que assaltaram uma agência do Banco do Brasil na madrugada desta terça-feira (1º/12), em Criciúma (SC), usaram armamento pesado durante a ação. Segundo o delegado Anselmo Cruz, um dos responsáveis pelas investigações, a quadrilha levava fuzis e uma arma capaz de derrubar aeronaves.
“Eles usaram fuzis calibre .556 e calibre .762, que já foram identificados. Além de algo que pra outros países é inacreditável: um armamento calibre .50 de uso restrito das Forças Armadas. Identificamos uma arma capaz de perfurar blindados e de ser usada em ações antiaéreas”, afirmou Anselmo.
Os investigadores explicam que, pela dimensão do assalto, é provável que os criminosos tenham planejado a ação com meses de antecedência. A dinâmica do crime aponta que os bandidos integram grupos de fora de Santa Catarina.
“Sabemos que esse tipo de ação é proveniente de fora do estado, provavelmente de São Paulo. Não se tem apontamentos de participação de facção criminosa no crime”, explica o policial.
Dinâmica do assalto
O tenente-coronel Cristian Dimitri informou que a primeira ação dos criminosos foi atacar a sede do 9º Batalhão de Polícia Militar.
Eles atiraram contra as janelas e a fachada do prédio, incendiaram um caminhão e colocaram dispositivos explosivos no portão. As bombas foram desarmadas na manhã desta terça-feira por agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
O primeiro contato com os criminosos foi feito na entrada do batalhão. Nesse momento ocorreu a troca de tiros que deixou o soldado Jeferson Luiz Esmeraldino, de 32 anos, gravemente ferido. Ele foi socorrido por colegas e já passou por três cirurgias.
Os assaltantes ficaram na cidade por duas horas. Roubaram uma agência do Banco do Brasil e deixaram muitas cédulas espalhadas pelas ruas da cidade. O valor roubado ainda não foi estimado.
Segundo Marcelo Pontes, comandante da PM, a quadrilha tinha aproximadamente 30 bandidos, que fugiram em 10 veículos. Depois da fuga, os policiais fizeram a contenção da área.
“Imediatamente foi acionado todo o suporte da Polícia Militar e toda a equipe do Bope. Fecharam todo o perímetro de Criciúma. O cercamento continua”, afirmou o policial militar.
As autoridades também prenderam quatro homens, moradores da cidade, que roubaram parte do dinheiro deixado na rua pelos criminosos antes da fuga. “Eles estavam com R$ 810 mil em três bolsas, em um apartamento bem próximo do local onde aconteceu o roubo”, explica Pontes,
Vídeos mostram o momento em que moradores pegam as cédulas do chão. “Deus é bom a todo tempo”, disse um deles. Veja:
Próximos passos da investigação
Os carros utilizados na fuga foram encontrados na manhã desta terça-feira, no município de Nova Veneza. Segundo Pontes, foram encontrados vestígios de sangue no banco do motorista e no banco do passageiro de um dos carros.
“Provavelmente o motorista foi atingido na troca de tiros. O outro [passageiro] talvez possa ter se ferido na explosão e sangrado dentro do veículo”, afirma.
O próximo passo da investigação é refazer a rota de fuga dos criminosos. Para agilizar as buscas, as autoridades contam com a ajuda de moradores de Criciúma. “Todo o trabalho está sendo feito, entrevistas com moradores. Estamos levantando as informações”, explica Pontes.
Por Metrópoles
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