Professora foi morta por Henrique Marcos Rodrigues de Oliveira em 2022. Crime teria sido motivado por vingança
A Justiça condenou à prisão Henrique Marcos Rodrigues Oliveira, acusado de matar a ex-professora Cleide Aparecida dos Santos e de causar lesões graves Anício Nonato da Silva Júnior, filho da vítima, que foi ferido tentando salvar a mãe durante o ataque. O tribunal do júri aconteceu nesta quarta-feira (9), na comarca de Inhumas, e a sentença foi assinada pela juíza Isabella Luiza Alonso Bittencourt.
A pena total é de 21 anos e nove meses de reclusão, e um mês 15 dias de detenção, em regime inicialmente fechado.
O crime, ocorrido em 2022, teria sido motivado por supostas repreensões feitas por Cleide em razão do comportamento em sala de aula e por vender drogas nas proximidades da escola. Henrique estudou na unidade de ensino onde a vítima trabalhava (Colégio Estadual Presidente Castelo Branco) em 2014.
Professora tinha vida dedicada à educação e à família
Cleide Aparecida dos Santos dedicou 37 anos à educação em Goiás, atuando como professora, diretora e, nos últimos anos, profissional de apoio a alunos com necessidades especiais no Atendimento Educacional Especializado (AEE). Formada em Pedagogia pela UEG e especializada em Psicopedagogia, ela passou a maior parte de sua carreira no mesmo colégio que hoje carrega seu nome.
“Ela era muito apegada à família. Gostava de cuidar das plantas, rezar o terço e passar tempo comigo e com meus avós”, lembra Anício, filho da vítima. A rotina simples e cheia de afeto foi interrompida no dia em que Henrique invadiu a casa da vítima.
Mãe de Anício, filho único, ela mantinha uma união estável há mais de 22 anos com o pai dele. Segundo o filho, todos os fins de semana reunia a família — incluindo seus pais, já idosos e com declínio cognitivo, que ela ajudava a cuidar.
Histórico do acusado e busca por justiça
Antes do crime, Henrique já tinha passagens pela polícia. Em fevereiro de 2022, foi preso por tráfico de drogas após uma operação que encontrou maconha, dinheiro e uma faca em sua casa. Como réu primário, conseguiu liberdade via habeas corpus após duas semanas detido.
A família de Cleide aguardava o julgamento como um passo decisivo para o encerramento do caso. “Estamos confiantes de que ele será condenado e esperamos que a pena seja longa, principalmente considerando o perigo que representa”, destacou Anício, filho de Cleide, antes de o júri acontecer.
Por Mais Goias