A polícia, no entanto, não deu detalhes sobre os procedimentos após o desembarque. Por lei, Anderson deve passar por todos os procedimentos de uma prisão
A Polícia Federal informou que o mandado de prisão contra o ex-ministro da gestão Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, foi cumprido. Ou seja, ele já está preso e sob a tutela do Estado. Ele desembarcou em solo brasileiro às 7h20 deste sábado (14/1) e não está mais no aeroporto.
A polícia, no entanto, não deu detalhes sobre os procedimentos após o desembarque. Por lei, Anderson deve passar por todos os procedimentos de uma prisão, como exame de corpo de delito, por exemplo. A PF, no entanto, não informou se ele será levado ao Departamento de Polícia Especializada da Polícia Civil do Distrito Federal ou para a Superintendência da Polícia Federal. Confira a nota completa da Polícia Federal:
“A Polícia Federal cumpriu na manhã deste sábado (14/1) mandado de prisão preventiva, expedido pelo Supremo Tribunal Federal, em desfavor do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.
Ele, que é policial federal, foi preso ao desembarcar no Aeroporto de Brasília e encaminhado para a custódia, onde permanecerá à disposição da Justiça.
As investigações seguem em sigilo.”
Outro procedimento aguardado com atenção é o depoimento do ex-ministro, que pode acontecer ainda neste sábado ou na segunda-feira (16/1). No entanto, ele tem o direito de permanecer calado.
A prisão preventiva de Anderson Torres foi determinada na última terça-feira (10/1), pelo Ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Torres é acusado de ter sabotado o comando da Segurança Pública do Distrito Federal durante os ataques terroristas de domingo (8/1). Ele deve responder por omissão e conivência.
Torres era o responsável pela segurança do Distrito Federal quando manifestantes invadiram os prédios do Congresso, do Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto, no domingo (8/1).
Na quinta-feira (12/1), a Polícia Federal divulgou que, durante operação de busca e apreensão na casa de Torres, foi encontrada uma minuta — versão prévia de um decreto presidencial — que previa a decretação de um Estado de Defesa nas sedes de tribunais eleitorais, que poderia ser usado para uma tentativa de golpe e de alterar o resultado das eleições de 2022.
Ainda no domingo (8), dia em que bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, Torres foi exonerado da secretaria de Segurança Pública do DF, cargo que assumiu depois de deixar de ser ministro de Bolsonaro.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, declarou, nesta sexta-feira (13/1), que pediria a extradição de Anderson Torres caso ele não se entregasse à Justiça e retornasse ao Brasil até segunda-feira (16/1).
Por CB