Segundo a delegada Bruna Coelho, as lesões encontradas no corpo de Marcela chegaram a ser compatíveis com um acidente automobilístico
O fisiculturista Igor Porto Galvão, de 31 anos, foi indiciado por feminicídio contra a esposa, Marcela Luíse. A investigação foi concluída pela Polícia Civil na sexta-feira (25), em Aparecida de Goiânia. Marcela foi espancada, teve diversas lesões pelo corpo e morreu no último dia 20 de maio.
Segundo a delegada responsável pelo caso, Bruna Coelho, as lesões encontradas no corpo de Marcela chegaram a ser compatíveis com um acidente automobilístico, e incompatíveis com uma queda da própria altura, assim como o autor contou ao hospital que levou a mulher.
De acordo com a delegada, o perfil do suspeito foi traçado como manipulador, controlador e com histórico de traições no relacionamento. Igor tem passagens pela Lei Maria da Penha contra uma ex-namorada, contra Marcela, e por tráfico de anabolizantes.
O laudo cadavérico de Marcela apontou que a causa da morte foi por traumatismo craniano. Foram encontradas também múltiplas fraturas, incluindo oito costelas quebradas.
A defesa de Igor informou que o fisiculturista foi agredido foi agredido no presídio. Ele teve um pedido de soltura feito por sua defesa negado e segue preso (íntegra ao fim do texto).
Entenda o caso
Igor foi preso no dia 17 de maio, após levar Marcele a um hospital particular, sete dias antes, e alegar que ela caiu enquanto limpava a casa. Os médicos viram que as lesões eram muito graves e acionaram a Polícia Civil.
Marcela ficou internada por dez dias, mas acabou não resistindo. O laudo do exame cadavérico apontou que ela morreu por traumatismo craniano.
Com as provas em mãos, a Polícia Civil solicitou e a justiça decretou a prisão temporária do fisiculturista, que foi preso alguns dias depois da internação da mulher. Durante audiência de custódia, Igor Porto Galvão teve sua prisão transformada em preventiva.
Testemunhas contaram à PC que Marcela era frequentemente vista com hematomas pelo corpo e até mesmo sem dentes. Porém, sempre desviava o assunto. O que levou a polícia a reforçar a tese das frequentes agressões.
Defesa
“A defesa do investigado Igor Porto Galvão lamenta profundamente a morte de Marcela Luise, e continuará pronunciando apenas com relação às investigações”, disse a nota enviada ao Mais Goiás após a confirmação do óbito.
Já sobre a detenção do suspeito, que também é nutricionista, eles dizem que, no ponto de vista da defesa, “não estão presentes os requisitos da prisão preventiva, ou seja, garantia da ordem pública, garantia da instrução criminal ou assegurar a aplicação penal”.
O advogado Thiago Marçal reforça que o cliente possui profissão licita (é nutricionista e educador físico), tem endereço fixo, é primário e em momento algum existe algo no processo que ele interferiu no bom andamento da investigação.
“Pelo contrário, a Polícia Civil esteve em sua residência fora de horário, a fim de fazer perícia, e ele autorizou. Perícia essa que teve como resultado inconclusiva. Importante salientar que o colega advogado, que estava acompanhando o Igor, já havia ido à delegacia e o colocado à disposição da autoridade policial. Até o momento, o Igor não foi ouvido. A defesa vai entrar com os pedidos cabíveis a fim de que a prisão preventiva seja substituída por medidas cautelares diferentes do cárcere”.
Por Mais Goiás