Balsas contavam com roupas de mergulho, mercúrio e ferramentas para extração de ouro
Três balsas usadas para o garimpo ilegal foram destruídas nesta quarta-feira, 16, no Rio Corumbá, em Pires do Rio. Apenas neste ano, ao menos 15 embarcações voltadas a atividades de garimpo de ouro foram queimadas pelo Batalhão Ambiental no estado.
A primeira balsa localizada nesta quarta, conforme o sargento Paulo Gomes, estava em pleno funcionamento, sendo que os garimpeiros, ao avistarem as equipes, saltaram às margens do rio e fugiram pela mata. A embarcação continha mercúrio, metal líquido altamente poluente, normalmente usado nas atividades garimpeiras ilegais.
A segunda balsa, de acordo com Paulo, foi localizada a alguns quilômetros rio abaixo. Três homens foram abordados, mas acabaram sendo liberados por não estarem operando no momento da abordagem. A terceira balsa abordada apresentou uma licença para pesquisa, mas também não estava em funcionamento por estar com documentação em trâmite na Agência Nacional de Mineração (ANM).
“A prática criminosa no Rio Corumbá tem sido recorrente. Por isso, temos realizado várias atividades para combater esse crime. Foram apreendidas roupas de mergulho, mercúrio e ferramentas usadas para extrair ouro do rio”, explicou.
Ações contra o garimpo
As ações para combater o garimpo foram intensificadas desde o final de 2022 e início de 2023. A Polícia Federal (PF), por exemplo, deflagrou na manhã desta quinta-feira, 17, a Operação Buruburu em Goiás e outros três estado para desarticular parte do esquema de logística usado por garimpeiros na Terra Indígena Yanomami (TIY), em especial, pilotos e mecânicos de aeronaves que atuariam na região.
Mais de 50 policiais cumprem 11 mandados de prisão preventiva, 18 de busca e apreensão, além de 19 com medidas cautelares diferentes de prisão, todos expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal em Roraima. Também houve determinação do bloqueio de quase R$ 308 milhões dos investigados. A operação ocorre em Goiás, Pará, de São Paulo e Rio de Janeiro.
As investigações começaram no início deste ano, após um levantamento da PF identificar quase 10 aeronaves recorrentes em investigações contra o tráfico de drogas e o garimpo ilegal. Os aviões pertencem a um empresário que também seria responsável por mais de 10 processos minerários na ANM.
Por JO