Governo propõe fim do abono salarial para quem ganha 2 salários mínimos

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministro dos Transportes, Renan Filho, Bruno Dantas (TCU) Rui Costa (Casa Civil) participam da cerimônia para apresentação do Programa de Otimização de Contratos de Concessão de Rodovias. O evento será realizado às 11h, no Salão Oeste do Palácio do Planalto. A otimização de contratos viabiliza a modernização de concessões "estressadas", isto é, com performance insatisfatória e defasagens técnico e financeira. A expectativa é que as otimizações no âmbito das rodovias federais viabilizem o aporte de R$ 110 bilhões de investimentos entre os anos de 2024 e 2026. | Sérgio Lima/Poder360 - 21.nov.2024

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs retirar o abono salarial das pessoas que recebem 2 salários mínimos a partir de 2026, ano eleitoral. A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) foi enviada ao Congresso e precisa ter aval do Legislativo. A mudança no abono salarial dará uma economia de R$ 18,1 bilhões até 2030, segundo o governo. Atualmente, o benefício anual é concedido às pessoas que recebem até 2 salários mínimos por mês. O valor pago é de até 1 salário mínimo, mas varia de acordo com o período trabalhado durante o ano.

Os trabalhadores da iniciativa privada e os funcionários públicos podem receber o benefício, desde que tenham trabalhado durante, pelo menos, 30 dias no ano. Eles devem ter contribuído para o PIS (Programa de Integração Social), no caso do setor privado, e do Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público). A proposta do governo quer limitar o benefício a até 1 salário mínimo e meio. Haverá uma regra de transição que, segundo as estimativas da equipe econômica, terminará em 2035.

MUDANÇAS NO ABONO O pagamento do programa é feito referente ao período de 2 anos antes. O ano-base continuaria com a defasagem, segundo a proposta. O abono que está sendo transferido pelo governo aos trabalhadores em 2024 se refere ao período trabalhado em 2022, quando o salário era de R$ 1.212. Recebe, portanto, as pessoas que ganharam até R$ 2.424 por mês no ano-base.

Para 2025, será considerado o salário mínimo de 2023, quando o valor era de R$ 1.320. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, propôs dar o abono às pessoas que recebem até R$ 2.640 por mês, o que garante a continuidade da regra atual no próximo ano. A PEC utilizará o valor de R$ 2.640 como referência para os anos seguintes. Será atualizado pela inflação, enquanto o salário mínimo terá um reajuste maior, de até 2,5% acima da inflação. Como o salário mínimo terá um reajuste maior, a tendência é de que a remuneração das pessoas aumente e menos trabalhadores sejam contemplados com o abono salarial.

A progressão é a seguinte, segundo cálculos da equipe econômica:

2025 – 2 salários mínimos;

2026 – 1,95 salário mínimo;

2027 – 1,9 salário mínimo;

2028 – 1,85 salário mínimo;

2029 – 1,8 salário mínimo;

2030 – 1,75 salário mínimo;

2031 – 1,7 salário mínimo;

2032 – 1,65 salário mínimo;

2033 – 1,6 salário mínimo;

2034 – 1,55 salário mínimo;

2035 – 1,5 salário mínimo;…

HADDAD DEFENDE MUDANÇAS Haddad declarou que o abono salarial “perdeu a sua razão de ser” por causa dos “vários programas que foram criados superiores” do ponto de vista social. “Como o salário mínimo vai aumentar acima da inflação, esse valor vai, gradualmente, convergindo para 1 salário mínimo e meio ao longo dos anos. Quando chegar a 1 salário mínimo e meio, volta a prevalecer a regra atual. É como se nós estivéssemos gradualmente baixado de 2 para 1,5, mas sem prejudicar as pessoas que hoje ganham R$ 2.640”, disse.

Os gastos com o benefício aumentaram nos últimos anos. Passaram de R$ 25,6 bilhões em 2023 para R$ 28 bilhões em 2024. A expectativa é que atinja mais de R$ 30 bilhões em 2025, segundo o projeto de Orçamento enviado ao Congresso.

Por Poder360

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