O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse na tarde desta quarta-feira (8) que o uso de cloroquina no tratamento para o novo coronavírus vem sendo discutido pela pasta juntamente com o Conselho Federal de Medicina (CFM).
“A nossa discussão era se usamos nos casos críticos, vamos usar nos casos graves também, que são aqueles que tem dificuldade para respirar, mas sem necessidade de entubar. E liberamos por consenso. O governo não precisa politizar esse tema. Quem deve analisar isso é o Conselho Federal de Medicina”, disse.
Mandetta ainda esclareceu o presidente Jair Bolsonaro “em nenhum momento fez qualquer colocação de imposição” sobre o tema. “Ele defende que, se há chance, que a gente possa garantir o medicamento e entende também que as situações podem ser complexas e precisam da análise do CFM”.
Segundo a pasta, há estudos e pesquisadores trabalhando nos efeitos da cloroquina e da hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19. Normalmente, o remédio já é usado para o tratamento de malária, lúpus e artrite reumatoide.
“Atualmente, algumas pessoas estão fazendo estudos. Até o dia 20 de abril o CFM vai se posicionar. Não vai sair da cabeça de ninguém, não existe ninguém dono da verdade. Vamos ter disciplina, foco, ética e comportamento. Com base na ciência, vamos dar passos à frente”, ressaltou Mandetta.
Ele ainda explicou que a maioria dos infectados vai ficar “muito bem, obrigado”, citou como exemplo o presidente do Senado Davi Alcolumbre, que contraiu a doença e já se curou, e deixou um questionamento. “Será que seria inteligente dar um remédio que tem efeito colaterais para esses pacientes?”.
Já para os idosos, integrantes do grupo de risco, o ministro destacou novamente a possibilidade dos efeitos colaterais complicarem o quadro. “Será que dos que tem 60, 70, 80 anos, que a maior parte já tem problema cardíaco e hepático, a aplicação em massa desse medicamento vai protegê-los ou terão infarto do miocárdio e precisarão de leitos de CTI?”
Por JP