Mortes de motociclistas disparam em Goiás e superam média nacional

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A cada novo dia, notícias de colisões fatais, atropelamentos e tragédias envolvendo motociclistas tomam conta dos portais de notícias e das redes sociais. Um levantamento inédito divulgado neste mês de maio, dentro da campanha de conscientização “Maio Amarelo”, traz dados preocupantes sobre a violência no trânsito em Goiás. Pela primeira vez, o Mapa da Violência passou a incluir mortes no trânsito no cálculo geral da violência letal no País.

E os números colocam Goiás em uma posição alarmante: o Estado é o 8º do Brasil em taxa de mortes no trânsito, com 22,4 vítimas fatais a cada 100 mil habitantes, índice superior à taxa de homicídios, que é de 21,4.

A média nacional de mortes no trânsito é de 16,2 por 100 mil habitantes. Isso significa que Goiás ultrapassa a média do País de forma significativa, com destaque para a Região Metropolitana de Goiânia, que apresenta a maior taxa: 24,8 mortes por 100 mil habitantes.

Evolução do número de mortes
Os dados se tornam ainda mais graves quando se observa a evolução do número de motociclistas mortos. Em 2013, foram registradas 528 mortes de motociclistas no estado. Em 2018, esse número subiu para 580. Em 2023, saltou para 625 mortes, um aumento de quase 100 mortes desde 2013. A taxa de mortalidade de motociclistas em Goiás entre 2013 e 2023 foi de 8,5 mortos por 100 mil habitantes, bem acima da média nacional, de 6,3.

O perfil das vítimas também foi traçado. Em Goiânia, segundo informe epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde em 2023, 86,7% das mortes no trânsito foram de homens, principalmente jovens entre 20 e 29 anos (37,2%), com escolaridade entre 8 e 11 anos (44,2%) e de cor parda (65,5%).

Mais da metade (58,8%) eram solteiros. A chance de um motociclista do sexo masculino morrer em um acidente é sete vezes maior do que entre mulheres, um dado que também reflete a realidade nacional.

Os últimos dados divulgados pelo Painel Vida no Trânsito, da Prefeitura de Goiânia, confirmam a tendência de alta nos acidentes fatais. Em 2024, foram registradas 205 mortes no perímetro urbano da capital. Dessas, 174 vítimas eram homens (84,9%) e 31 eram mulheres (15,1%). Os motociclistas representam a maioria dos óbitos: 128 vítimas fatais. Os pedestres somam 47 mortes.

Quase metade faleceu no local

Outro dado alarmante é que quase metade das vítimas (48,8%) morreu no local do acidente, sem ao menos ter a chance de receber atendimento médico. A faixa etária de motociclistas mais atingida segue sendo a de 20 a 39 anos, com 87 mortes. O estado civil predominante entre as vítimas é o de solteiro ou não informado: 107 mortes.

As vias com maior ocorrência de mortes no trânsito em Goiânia são a BR-153, a Avenida Perimetral Norte e a GO-070, todas com grande fluxo e histórico de imprudência.

Diante de tantos números, a reflexão é inevitável: por que o trânsito goiano continua tão letal? O que falta para que a conscientização vire uma prática cotidiana? Mais fiscalização? Mais educação? Campanhas? O “Maio Amarelo” surge, mais uma vez, como uma tentativa de frear a tragédia anunciada.

Por O Hoje

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