Audiência do caso foi realizada nesse mês e terminou em acordo
Uma mulher foi até a Justiça disputar um cachorro da raça pinscher que havia sido doado por ela em Campos Belos, nordeste de Goiás. Segundo os autos, as envolvidas eram desconhecidas e sem vínculo afetivo. A audiência do caso foi realizada nesse mês pela mediadora Thaynara Teleste e Souza, que chefia o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) local, coordenado pelo juiz Fernando Marney de Oliveira de Carvalho.
Foram realizadas duas sessões de conciliação de uma hora e meia cada. Nelas ficou definido que, para solucionar o caso, as duas mulheres realizariam uma troca simultânea de cachorros da raça pinscher.
Conforme o acordo, a antiga dona [que fez a doação do animal] adquiriria um cachorro e o entregaria à mulher que havia adotado o cão, que, por sua vez, o devolveria para ela.
Segundo o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), a troca já foi realizada há alguns dias e cachorro já voltou para a antiga dona.
Dona fez doação e se arrependeu
Em abril desse ano, a dona de dois gatos e um cachorro chamado Órion, da raça pinscher, recebeu uma recomendação médica para que doasse os animais de estimação em razão de uma alergia.
Com isso, anunciou em um grupo de WhatsApp voltado para a adoção de pets na cidade e, com isso, o cachorro foi entregue para uma mulher e os gatos para uma terceira pessoa. Os felinos retornaram para casa da dona, que, diante disso, resolveu ficar com eles, apesar da recomendação médica.
Segundo ela, houve um arrependimento quase imediato no momento da doação dos bichos. Ela relatou que entregou chorando o cachorro para o irmão da mulher que o adotou.
Nos autos, consta que o cão não era dela, mas de sua filha, de 5 anos. A doação teria deixado a criança triste, se alimentando mal, além de dificuldades escolares. A mulher alega que tentou negociar com a menina para ter outro cachorrinho, mas como já tinha três anos que Órion vivia com elas, a filha afirmou que só aceitaria o animal que era dela.
Já segundo a mulher que adotou o bicho, as duas envolvidas nunca tinham se visto antes da audiência e, sem ter seu contato, a antiga dona de Órion, começou a divulgar no grupo do WhatsApp mensagens com a foto do cachorro, com dizeres de “Procura-se”, o que causou desgosto nela, já que as pessoas poderiam pensar que Órion teria sido furtado por ela.
Ainda segundo a mulher, ao conseguir seu telefone, a antiga dona de Órion começou a enviar mensagens de forma incisiva e ela decidiu bloqueá-la. A antiga dona, então, procurou as autoridades da comarca, que não registraram queixa – uma vez que não houve crime.
Após duas sessões de conciliação com a aplicação das técnicas de recontextualização, validação de sentimentos e teste de realidade, o conflito foi solucionado pela Comarca de Campos Belos.
Por Mais Goiás