O pessimismo do mercado: 98% dos investidores veem erro de Lula na economia

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Pesquisa esquentou ainda mais clima entre ações econômicas de Lula e mercado financeiro brasileiro

Uma queda de braço ideológica sobre o andamento das impressões acerca da condução da economia pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sido travada. O clima esquentou sobremaneira quando foi divulgada a pesquisa da corretora Genial Investimentos e da Quaest. Segundo ela, o mercado, por quase unanimidade, cravou uma piora na economia. 

Por outro lado, existem  projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do boletim Focus, feitas por economistas que foram procurados, para consulta, pelo Banco Central (BC). De acordo com o levantamento, o PIB, pela quarta vez em uma única semana, pode ter uma subida de 0,89%. Há um mês, dizem, chegava a 0,76%. 

De maneira empírica, no  entanto, há uma sensação, entre brasileiros, sobretudo aqueles que votaram em Lula, de que há uma melhora no que tange a alimentos e até mesmo no preço dos combustíveis. Tudo isso em meio às críticas da oposição ao governo do petista, o que é de praxe em qualquer cenário, seja lá  quem for que estiver à frente do governo. 

Críticos da Quaest têm um argumento para os dados divulgados com alarde por economistas, principalmente investidores. Existe uma expectativa de encolhimento nas chances de lucros, ao passo que o governo de Lula da Silva tem se dedicado às pautas sociais. 

Segundo a pesquisa Genial/Quaest, 78% dos entrevistados do mercado acreditam que a economia certamente vai sofrer piora dentro de um ano. Para 62% dos entrevistados ouvidos pelos pesquisadores como ‘opinião pública’, a economia deve melhorar. Apenas 20% desse último grupo enxerga piora, diferentemente de membros do mercado.

Em resposta, a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), reagiu à pesquisa feita em associação com uma corretora do mercado financeiro. A petista atribuiu à pesquisa uma espírito bolsonarista. “Pesquisa genial/quaest mostra a voz do mercado: querem juros na estratosfera e arrocho fiscal suicida. Se dependesse deles, Bolsonaro seria presidente até hoje”, disse a presidente da sigla. 

No meio dessa briga existem os rentistas que são favoráveis à manutenção dos juros a patamares elevados, como os de 13,75% praticados atualmente pelo Banco Central (BC). Sobre isso, a gestão de Lula da Silva considera impeditivo para o crescimento econômico. Também pressionam por um arrocho fiscal, limitando a atuação do Estado na economia.

O peso da pesquisa é que ela ouviu executivos graúdos do mercado financeiro, o que dá mais fôlego ao argumento de que há grande chance de dar, para o setor, tudo errado. Foram ouvidos operadores de 82 fundos do Rio de Janeiro e de São Paulo, ou seja, praticamente quase todo o staff que comanda o setor no Brasil.

O presidente Lula ainda não se manifestou especificamente sobre os dados divulgados pela pesquisa. O petista, como se sabe, não morre de amores pelo mercado. Já deu declarações que o distanciaram ainda mais dos executivos. Em janeiro, Lula afirmou que “mercado não tem coração”. Para completar, ainda disse que o governo deveria deixar de usar a palavra “gasto”. 

Enquanto isso, 98% dos executivos – ouvidos entre os dias 10 e 13 de março – acreditam que o governo vai na “direção errada”. E, ainda, 68% acusam Lula e seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de não se preocuparem com a inflação. 

Por O Hoje

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