O esquema teria acontecido entre 2010 e 2017 e o prejuízo chega a R$ 57 milhões
A Policial Civil de Goiás (PCGO) cumpriu nesta quinta-feira (13/4) 18 mandados de busca e apreensão contra servidores e ex-servidores da Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago) e uma segunda empresa, em Goiânia e Anicuns. As investigações apontam para a existência de fraudes em pelo menos sete contratos entre as duas empresas para a realização de serviços em seis municípios do estado.
De acordo com a instituição, 13 servidores, sendo 4 ainda atuantes na estatal goiana, estariam envolvidos no caso. O esquema teria acontecido entre 2010 e 2017 e o prejuízo aos cofres públicos chega a R$ 57 milhões. Entre os municípios apontados estão Campos Belos de Goiás, Nerópolis, Rio Verde, Pires do Rio, Iaciara e Aragarças.
As investigações deste caso começaram no final do ano passado a partir de denúncia da própria Saneago. O delegado Alexandre Otaviano, da Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor), explicou para o portal g1 que a estatal tinha um convênio com estes municípios para a construção, reforma e ampliação de rede de tratamento de água e esgoto.
Para isso, a Saneago utilizava os serviços da empresa Sanefer, vencedora de processo licitatório. No entanto, conforme apurado, as obras contratadas, mesmo pagas, não eram concluídas ou feitas em conformidade com os parâmetros legais. O delegado ainda informou que os pagamentos por parte da Saneago eram feitos adiantados e até em duplicidade devido à atuação de servidores no esquema.
Operação Collusion
A operação realizada nesta quinta-feira (13) pela polícia recebeu o nome de Collusion. Os objetos apreendidos serão analisados e um relatório de investigação será produzido. As autoridades policiais devem ouvir todos os envolvidos, que podem responder criminalmente pelo esquema fraudulento.
Em nota para ao g1, a estatal declarou que “investiga contratos antigos e que atualmente a Saneago não possui nenhum contrato com a Sanefer.” A empresa finalizou explicando que:
“A Companhia ainda não recebeu informações aprofundadas sobre a Operação, mas esclarece que, desde 2019, todos os contratos celebrados com a Sanefer, entre outros, foram objeto de auditoria interna. Os resultados, inclusive, foram encaminhados à Delegacia Geral da Polícia Civil do Estado de Goiás, para apuração. Além disso, a Saneago já ingressou com ações judiciais para ressarcimento de danos causados pela empreiteira. A Companhia aguarda os resultados das investigações. E, como sempre tem feito nesta gestão, seguirá colaborando para esclarecimentos.”
Quanto a Sanefer, esta se manifestou por meio do advogado Romero Ferraz Filho. A defesa chamou a operação de “absurda” e afirmou que os fatos já haviam sido apurados em outra operação da Polícia Federal, em 2016. De acordo com Romero, à época, a Justiça Federal entendeu que a ação se tratava de “criminalização da atividade política”.
Por O Hoje