Preço de itens da cesta básica tem aumento de quase 6% na Capital

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O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou nesta semana a pesquisa sobre o custo da cesta básica referente ao mês de julho de 2024. Em 17 capitais, o valor do conjunto de alimentos básicos consumidos pelas famílias caiu. 

Segundo o Dieese, na comparação dos valores da cesta entre julho de 2023 e julho de 2024, o custo dos alimentos básicos subiu em 11 cidades. O destaque ficou com Goiânia, que subiu 5,82%, seguida por Campo Grande (MS), 5,54% e São Paulo (SP), 5,71%. 

Em Goiânia, muitos consumidores têm sentido no bolso o impacto do aumento no preço dos itens da cesta básica. “É desanimador ver os preços subirem tanto, especialmente quando o salário não acompanha essa alta. Fica difícil manter uma alimentação equilibrada para toda a família”, lamenta Ana Maria, dona de casa no Setor Bueno. Ela relata que os produtos essenciais, como arroz e feijão, estão mais caros, e as promoções nos supermercados são cada vez mais raras.

Para João Carlos, professor aposentado, a situação é preocupante. “Eu faço questão de acompanhar os preços e percebi que o aumento em Goiânia foi significativo nos últimos meses. No meu caso, precisei fazer ajustes no orçamento e cortar alguns luxos para conseguir comprar a cesta básica. A diferença no custo de vida em comparação ao ano passado é evidente”, comenta. Ele também ressalta que, mesmo com a redução do preço de alguns itens em outras capitais, Goiânia não acompanhou essa tendência.

Já Mariana Silva, funcionária pública, expressa sua frustração com a situação. “É revoltante ver que enquanto em várias cidades o preço da cesta básica caiu, aqui só aumenta. Isso impacta diretamente a nossa qualidade de vida. Muitos amigos e familiares estão passando por dificuldades para conseguir fechar o mês sem dívidas. O governo precisa tomar medidas mais eficazes para controlar esses aumentos e garantir que todos tenham acesso aos alimentos básicos”, conclui.

Na comparação com junho, as quedas mais relevantes foram verificadas no Rio de Janeiro (-6,97%), em Aracaju (-6,71%), Belo Horizonte (-6,39%), Brasília (-6,04%), Recife (-5,91%) e Salvador (-5,46%). São Paulo foi a capital onde o valor da cesta básica apresentou o maior custo, R$ 809,77 e queda de 2,75% em relação a junho,  seguida por Florianópolis onde a cesta básica custou R$ 782,73, com queda de 4,08% em relação a junho e Porto Alegre, R$ 769,96 com queda de 4,34% e Rio de Janeiro, R$ 757,64.

Como a composição da cesta básica é diferente nas cidades das regiões Norte e Nordeste, os menores valores da cesta básica foram constatados em Aracaju (R$ 524,28), Recife (R$ 548,43) e João Pessoa (R$ 572,38). 

Entre as seis cidades que tiveram retração nos preços figuram Recife (-7,47%) e Natal (-6,28%). De janeiro a julho deste ano, 15 cidades tiveram alta nos preços médios – Belo Horizonte com alta de 0,06% e Fortaleza, com 7,48%. Por esse critério, de preços médios, as reduções ocorreram em Brasília (-0,63%) e Vitória (-0,06%).

Considerando a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e de sua família, com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estimou que o valor necessário do salário mínimo deveria ser de R$ 6.802,88, ou 4,82 vezes o valor atual de R$ 1.412,00. Em junho deste ano, o valor necessário ficou em R$ 6.995,44 e correspondeu a 4,95 vezes o piso mínimo. 

A pesquisa apontou que em julho o tempo médio necessário para que o trabalhador pudesse comprar a cesta básica correspondeu a 105 horas e 8 minutos, menor que em junho, quando essa relação de troca ficou em 109 horas e 53 minutos. A jornada média em julho de 2023 para comprar a cesta básica era de 111 horas e 8 minutos. 

O Dieese comparou o custo da cesta básica com o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, e constatou que o trabalhador comprometeu, em média, 51,66% do seu rendimento para comprar alimentos. Em junho, o trabalhador gastava 54% de seu salário líquido. (Especial para O Hoje)

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