Polícia acredita que quadrilha agia a um ano e deu prejuízo de R$ 30 milhões.
Motoristas falsificavam boletins de ocorrência de furto para encobrir crime.
Dois caminhoneiros foram presos em Goiânia suspeitos de desviar cargas de supermercados. A Polícia Civil explicou nesta segunda-feira (16) que eles falsificavam boletins de ocorrência para alegar que eram roubados e tentar esconder os crimes. A suspeita é que eles integrem uma quadrilha que atua a cerca de um ano e meio e tenha dado um prejuízo de mais de R$ 30 milhões.
“A quadrilha contratava esses motoristas que trabalham licitamente em transportadoras, para que eles desviem a carga até um local combinado. Depois disso, vão até outro local, que não é nem uma delegacia, onde conseguem falsificar um boletim de ocorrência, alguns até bem grosseiros, alegando que foram roubados, e quem ficava no prejuízo era a seguradora. As mercadorias furtadas eram revendidas a outros supermercados”, explicou o delegado Alexandre Bruno Barros.
Segundo o delegado, um dos motoristas presos, Uelson Mamonas faria de Oliveira, de 31 anos, desviou a carga avaliada em R$ 800 mil que ele levava quando passava pela Bahia no dia 2 de dezembro. O que chamou a atenção foi que o boletim de ocorrência foi registrado em Sergipe. A mercadoria ainda não foi recuperada. Ele foi preso no dia 13 de janeiro.
O caminhoneiro nega participação no crime. “Eu fui roubado. Estava chegando em Salvador, parei para dormir, os assaltantes me colocaram em um carro e levaram a carga. Rodaram comigo o dia todo e depois me largaram. Eu registrei o boletim de ocorrência, mas me deram um boletim falso, não sei porque. Não tenho envolvimento com quadrilha nenhuma, nunca fui preso”, disse o motorista.
Outro suspeito preso foi o caminhoneiro Luiz José Venâncio, de 41 anos. Ele transportava uma carga de azeite avaliada em R$ 500 mil. Parte do produto já foi recuperado. “Esse outro motorista também apresentou um boletim de ocorrência registrado no Sergipe, sendo que ele alega ter sido roubado em João Pessoa. Então eles nem se preocupam com esses detalhes de distância e tempo para registrar os supostos crimes, a história é sempre a mesma”, disse o delegado.
A quadrilha, segundo Barros, pagava entre R$ 10 mil e R$ 20 mil para os caminhoneiros e só pegavam cargas avaliadas acima de R$ 500 mil. A polícia informou que já conseguiu identificar outros membros da organização criminosa, que tem ramificação em Goiás, Minas Gerais, Tocantins e Paraíba, além de grandes supermercados que seriam receptadores dos produtos.
Os dois suspeitos vão ser indiciados por furto mediante fraude, associação criminosa e falsificação de documento público. Somadas, as penas variam de 7 a 22 anos.
Por G1