Promotor pede prisão temporária de PM que matou esposa e enteada: “Nunca vi uma cena tão chocante e grave”

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Militar teria carregado pistola para efetuar disparos. Apenas enteadas receberam ao menos 11 tiros

O promotor do Ministério Público de Goiás (MPGO), Paulo Brandi, pediu a prisão temporária do soldado da Polícia Militar (PM), Rafael Martins Mendonça, de 32 anos. Caso seja acatada pela Justiça, o militar deve ficar detido por ao menos 30 dias. 

Rafael foi preso na última quarta-feira, 14, após matar a esposa, de 28 anos, e a enteada, de 3 anos, a tiros em Rio Verde. Ele também tentou matar a outra enteada, de 5 anos, que sobreviveu e se encontra internada. 

O promotor, inclusive, solicitou o depoimento da criança para entender o que aconteceu dentro do imovél, visto que ela foi a única sobrevivente.

O crime foi descoberto após o PM ligar para um amigo, também militar, dizendo que tinha feito uma ‘merda’ e iria se matar. Durante a audiência, Rafael falou que sofreu um Acidente Cardiovascular (AVC) em 2018, como uma forma de justificar o crime.

Audiência de custódia 

O pedido de prisão temporária foi feito pelo promotor durante audiência de custódia realizada na quinta-feira, 15. Participaram da reunião o promotor, o militar, o advogado de defesa e a juíza da comarca de Rio de Verde.

Durante o diálogo, Paulo diz que nunca se deparou com uma cena tão chocante e grave, além de afirmar que o crime foi praticado com requintes de crueldade. O promotor conta que o militar chegou a recarregar a pistola durante os assassinatos.

“É indiscutível a gravidade do crime. Ele descarregou, praticamente, uma pistola inteira. Havia vários disparos, principalmente contra a mãe. Apenas em uma das crianças foram efetuados quatro disparos e sabe se-lá como ela sobreviveu. Em direção a criança que, infelizmente morreu, foram dados ao menos sete disparos”, relatou Paulo.

Repúdio à PM

O promotor também repudiou a atitude da PM de ingressar um agente com duas passagens (embriaguez ao volante e posse ilegal de arma de fogo) na corporação. Para ele, o fato do crime ser grave e de que o militar tentou se autoferir à caminho da delegacia fazem com que qualquer medida cautelar seja ‘impossível’ de ser adotada.

“As circunstâncias se misturam com a questão da gravidade do crime. São duas mulheres mortas e uma no início da vida. Vale lembrar que ele praticou o crime depois de ingerir bebidas alcoólicas. Nestas circunstâncias, o MP requer que seja decretada a prisão temporária do custódiada”, afirmou.

Defesa 

O advogado de Rafael, Lázaro Neves, concordou com as falas do promotor pedindo para que dessem continuidade no processo. No entanto, ele reforçou que o cliente sofreu um AVC cinco anos atrás e que faz uso de medicamentos controlados.

Ele pediu ainda que Rafael fosse submetido a exames periciais e psicológicos, afirmando que ele possui documentos que comprovam os problemas neurológicos do militar.

Por JO

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