Estudo publicado na revista Nature é considerado um dos maiores sobre o tema; pacientes devem ficar atentos a sintomas persistentes da doença
Alguns dos efeitos da Covid-19 a longo prazo já são conhecidos pelos médicos e cientistas, mas um estudo publicado na revista Nature no mês de abril acendeu mais um alerta sobre a chamada Síndrome Pós-Covid.
A pesquisa, considerada uma das maiores sobre o tema, usou o banco de dados nacionais de saúde do Departamento de Assuntos de Veteranos dos Estados Unidos para identificar as sequelas da doença causada pelo coronavírus.
Além dos sintomas que podem permanecer por um longo período, como é o caso da fadiga, dor de cabeça e queda de cabelo, os infectados pela Covid-19 tem 59% mais chances de morrer nos seis primeiros meses após a infecção.
A infectologista da Rede D’Or Raquel Muarrek ressaltou que é importante entender que a Covid-19 é sistêmica. Ou seja, ela atinge diversos órgãos, não apenas os pulmões — como é o caso de uma pneumonia comum.
E os efeitos permanecem no paciente mesmo após a alta da doença, que é quando o vírus já não está mais no corpo. “As pessoas acham que, depois que melhora, é vida que segue. Mas é importante um acompanhamento nos primeiros 45, 60, 90 dias, dependendo do grau da Covid-19 ao qual o paciente foi acometido.
A doença tem os efeitos de alteração inflamatória no organismo e pode desencadear algum efeito posterior onde já existia uma tendência.” No estudo, os pesquisadores Ziyad Al-Aly, Yan Xie e Benjamin Bowe citam que, após os primeiros 30 dias de doença, as pessoas com Covid-19 apresentam maior risco de morte e utilização de recursos.
Isso indica um “fardo substancial” da perda de saúde, abrangendo vários sistemas de órgãos pulmonares e extrapulmonares. Eles relatam que também foi observado um aumento do uso de analgésicos, antidepressivos, ansiolíticos, anti-hipertensivos e hipoglicemiantes orais nos pacientes.
Raquel Muarrek afirma que, mesmo os que foram acometidos pela doença de forma leve, devem realizar um checkup depois. “Pode não ter a doença de forma grave, mas pode ter sequelas graves. Um tromboembolismo, um infarto, um derrame.
Hoje, a doença não é igual era em março do ano passado. Houve mudanças, uma adaptação ao ser humano com aumento da carga viral, que possibilita casos mais graves independente da faixa etária. O paciente precisa reaprender a analisar o seu organismo.”
Por JP
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