Preso desde novembro de 2016, o ex-governador do Rio foi solto na noite de hoje de uma unidade prisional da PM, em Niterói, após decisão do STF na última sexta (16). A Justiça Federal do Paraná, responsável pelo caso, determinou que ele passe à prisão domiciliar. O político deixou a cadeia por volta das 20h30 acompanhado de advogados.
Cabral vai morar em um apartamento na zona sul do Rio, com vista para a praia de Copacabana. O ex-governador precisará de autorização da Justiça para sair de casa ou viajar e só poderá ser visitado por médicos, advogados e parentes de até 3º grau.
Na decisão, a juíza Gabriela Hardt proibiu Cabral de se comunicar com delatores ou outros investigados. Ela afirmou que o político é um “proeminente personagem no núcleo da organização criminosa” da Lava Jato, e que teria capacidade “de exercer influência em negócios e articulações no âmbito federal e de estadual”. O ex-governador não poderá disputar a próxima eleição. Como já foi condenado em segunda instância, Cabral é proibido de concorrer nas urnas pela Lei da Ficha Limpa. Seus direitos políticos, porém, só serão perdidos em caso de condenação na última instância, ou seja, sem chances de recorrer.
Por que Cabral foi preso?
O ex-governador responde a 42 processos com penas que podem passar de 392 anos de prisão. A pena máxima de reclusão no Brasil passou para 40 anos após aprovação da Lei Anticrime, de 2019. Ele teria recebido R$ 2,7 milhões em propina de executivos da empreiteira Andrade Gutierrez, segundo investigação. Foi essa investigação que gerou um dos mandados de prisão que o colocou na cadeia em 2016.
A sorte de Cabral só começou a mudar em dezembro do ano passado, quando o Supremo anulou uma de suas condenações.
Um mandado de prisão expedido pelo então juiz e hoje senador eleito Sergio Moro (União Brasil-PR) era o último ainda em vigor. Foi esse mandado que a Segunda Turma do Supremo julgou na última sexta. Na ocasião, o Supremo terminou o julgamento que pedia a soltura de Cabral. Por 3 votos a 2, a Corte decidiu que ele pode deixar a prisão.
Por UOL