“Não se iludam, as coisas só vão ficar normais após 14 dias se nós conseguirmos reduzir a curva e desocupar leitos de UTI”, diz procurador municipal
Foi publicado, na tarde deste sábado, 13, decreto que altera medidas restritivas que estiveram em vigor nas últimas duas semanas em Goiânia. A partir desta segunda-feira, 15, atividades não essenciais, sejam econômicas ou não, terão seu funcionamento suspenso por 14 dias. O objetivo é reduzir a transmissão do novo coronavírus na cidade.
Em coletiva de imprensa sobre o decreto, o procurador-geral do município, Antônio Flávio de Oliveira, explica que a vigência estendida do novo documento, que não mais durará uma semana, é em razão do ciclo do vírus, que dura 14 dias.
“A situação está dramática, não é mais aquela que tivemos na 1ª onda da Covid-19. Para reduzir a curva, nós precisamos dessas duas semanas. Você pode ver que mesmo que os decretos anteriores tenham sido de sete dias, eles quase sempre foram prorrogados em quase todos os seus dispositivos. Na reunião do Centro de Operações de Emergência (COE) em Saúde Pública para o novo Coronavírus em Goiânia, entendemos que 14 dias seria mais interessante para que pudéssemos observar essas regras e diminuir a curva ascendente que temos hoje”, explica o procurador.
O prefeito Rogério Cruz, em pronunciamento, disse que é impensável que se cruze os braços frente a grande quantidade de morte dos goianienses pela Covid-19. “Para salvar as vidas de quem amamos, precisamos fazer sacrifícios, se já vivemos hoje um cenário de pesadelo, tenha certeza, ainda pode piorar. Isso só vai passar se adotarmos agora medidas duras para reduzir a circulação do vírus. Ou fazemos isso, ou aceitamos pessoas morrendo nas ruas sem o direito de sequer lutar pela própria vida em um leito de hospital”, diz.
Novas medidas
Com o novo documento, o funcionamento dos supermercados será restrito a somente venda de alimentos, bebidas, produtos de higiene, saúde e limpeza. Estarão proibidos o consumo de comida dentro do local e a entrada simultânea de mais de uma pessoa da mesma família, salvo necessidade de acompanhamento especial. Lojas de conveniência estarão fechadas.
Em restaurantes e lanchonete, estarão permitidas as entregas via delivery e o atendimento drive-thru e pegue/leve. Escolas de ensino privado deverão manter suas atividades de forma remota e hotéis e pousadas precisarão funcionar com o limite de 65% da capacidade de acomodação.
Além disso, obras da construção civil de infraestrutura do poder público, de interesse social, relacionadas a energia elétrica, saneamento básico e hospitalares passam a ser consideradas essenciais. Durante a coletiva, o procurador ainda mencionou que os jogos de futebol do Campeonato Goiano de Futebol 2021 continuarão acontecendo, sem a presença de público, com o objetivo de entreter as pessoas que ficarem isoladas e incentivá-las a permanecer dentro de suas casas.
Covid-19 em Goiânia
Segundo Informe Epidemiológico do Governo Municipal, 121.315 pessoas já foram contaminadas com a Covid-19 na cidade. Desse número, 2.960 foram vítimas fatais. No momento, as Unidades de Terapia Intensiva (UTI) voltadas ao tratamento da doença na capital goiana estão com ocupação de 97,39%;
O procurador Antônio Flávio ainda acrescenta que já é possível considerar que a rede municipal de saúde esteja em colapso e diz que não sabe se duas semanas de restrição serão suficientes. “Não se iludam, as coisas só vão ficar normais após 14 dias se nós conseguirmos reduzir a curva e desocupar leitos de UTI para que as pessoas que estejam acometidas por sintomas graves da doença possam ser atendidas e ter pelo menos 50% de chance de sobrevida”, conclui.
Por Jornal Opção
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