Ao ler o título deste artigo, alguns leitores poderão se perguntar, qual a relação do príncipe saudita com a nossa cidade, ou ainda, sobre como as decisões vindas de outro lado do mundo podem ter efeitos em nosso município.
Para obtermos a resposta de algumas destas indagações, é necessário compreender o que acontece no mundo nestes últimos 10 a 15 dias. Obviamente temos visto uma avalanche de informações sobre o coronavírus, e os governos juntamente com a sociedade adotaram uma série de medidas para sua contenção. Paralelo a isto, iniciou-se uma “queda de braço” no mercado petrolífero.
E no centro desta nova crise, se encontrão dois personagens principais, Mohammed bin Salman (príncipe herdeiro da Arábia Saudita) e Vladimir Putin (presidente da Rússia). E tudo se inicia com a tentativa saudita em fazer com que os países que compõem a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e demais parceiros, diminuíssem a produção diária. A proposta se baseava em um corte de produção de aproximadamente 1,5 milhão de barris diários para cada país.
O raciocínio utilizado pelos sauditas era diminuir a oferta para conter a baixa dos preços, visto que existe uma preocupação destes produtores com a queda do consumo de petróleo no mundo todo. Pois como já dito no artigo que postei semana passada, “O coronavírus e a alta do dólar”, os governos tem adotado políticas moderadoras quanto a circulação de pessoas e produtos até que a ameaça do vírus cesse.
Ocorre que a Rússia, país que não compõe a OPEP, decidiu aproveitar a oportunidade e não diminuir sua fabricação de barris diários de petróleo, visando conquistar assim uma maior fatia do mercado face aos países que limitarem sua produção.
COM A NEGATIVA DOS RUSSOS, O QUE ACONTECEU?
Pois bem, com a negativa dos russos, a Arábia Saudita adotou uma política inversa ao que vinha propondo. Decidiu assim aumentar sua produção de barris, que segundo o jornal “Financial Times” é de 10 milhões de barris diários, para pouco mais de 11 milhões de barris diários. Somado a isto, começou a oferecer descontos no petróleo bruto para alguns mercados, com o percentual de incidência de até 20%.
Nesta queda de braço, há espaço para ganhadores e perdedores. O Brasil, por ser um país importador de energia, pode receber um pequeno ganho em seu Produto Interno Bruto (PIB). Pois a diminuição do valor de petróleo bruto impulsiona o poder de compra dos consumidores intermediários e finais.
E COMO A DECISÃO DO PAÍS DO PRÍNCIPE SAUDITA INFLUENCIA EM NOSSA CIDADE?
Nestes últimos dias, percebemos algumas alterações nos valores das bombas de combustível. Foi possível notar em alguns postos de São Luís de Montes Belos, uma leve queda no valor do diesel. Com este cenário, se a decisão do país saudita continuar ofertando ainda mais petróleo com um preço menor, o consumidor final poderá se beneficiar mais um pouco, ainda que por um curto espaço de tempo, com uma possível queda ainda mais expressiva no valor do óleo diesel ou em uma simples troca de óleo lubrificante.
