As sanções vão desde a perda de cargos regionais até o não atendimento de pedidos de emendas | Foto: Ricardo Stuckert/PRMembros do Governo Federal realizaram, nesta terça-feira (27), reunião com lideranças pertencentes à base da gestão de Lula. A elas, foi informado que haveria consequências para os que assinaram o pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), solicitado em razão da polêmica comparação feita pelo chefe do Executivo entre o holocausto e as vítimas da Palestina, mortas na guerra contra Israel. A informação é do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).
“Na reunião dos líderes da base, hoje pela manhã, nós conversamos um pouco sobre a conjuntura, fizemos um balanço das principais votações e um dos temas da pauta foi esse pedido de impeachment. Formou-se um consenso entre nós de que é incompatível o parlamentar ser da base do governo, ter relação com o governo e assinar pedido de impeachment. Isso não é razoável e a minha posição é encaminhar a lista desses parlamentares para que o governo tome providências.”, afirmou, em suas redes sociais, Guimarães.
As consequências De acordo com o deputado Alencar Santana (PT-SP), ao assinar o pedido, a pessoa estaria afirmando que não faria parte da base. “Quem assinou o impeachment do presidente está dizendo claramente que não está na base. Portanto, se tinha algum tipo de espaço no governo, tem que perder. Afinal de contas, essa contradição não pode continuar. Quem assinou tem que decidir de que lado está: ao lado de Lula ou contra”, defendeu ele.
Ademais, uma lista de deputados que sinalizaram positivamente para o protocolamento do impeachment teria sido repassada na reunião, a fim de que se iniciasse uma força-tarefa para que haja a retirada dos que assinaram. Segundo relatos, as sanções sofridas podem ir desde a perda de cargos regionais indicados e menor atendimento aos pedidos de emendas.
As assinaturas englobam parlamentares de variados partidos, como o União Brasil, Republicanos e Partido Progressistas (PP).
Outros pedidos de impeachment Outros processos foram solicitados. O primeiro, inclusive, foi apresentado após 26 dias do início do mandato de Lula. As motivações são diversas: suposta omissão de Lula nos ataques de 8 de janeiro do ano passado, recepção de Maduro em maio de 2023 e a revogação do decreto de armas, por exemplo.
O último, relativo às declarações sobre a guerra de Israel e Palestina, é de autoria da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e foi protocolado na última quinta-feira (22), contando com 139 assinaturas — algumas delas, vindas de integrantes da base de lula.