São Luís: Corpo do goiano que morreu tentando entrar ilegalmente nos EUA é enterrado em São Luís de Montes Belos…

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Diogo Fernandes, de 36 anos, morreu em 7 de dezembro, ao cair de um muro de quatro metros de altura na fronteira com o México.

A família do administrador de empresas Diogo Fernandes de Oliveira, de 36 anos, que morreu ao cair de um muro tentando entrar ilegalmente nos Estados Unidos pela fronteira com o México, realizou o enterro do corpo dele neste domingo (7) em São Luís de Montes Belos, no oeste goiano.

Segundo um parente que preferiu não se identificar, a família conseguiu se despedir do administrador durante o velório.

“Estamos mais consolados em saber que o Diogo agora está descansando em paz”, desabafou o familiar.

Morte durante travessia

O goiano, que nasceu em São Luís de Montes Belos, morreu em 7 de dezembro, querendo realizar o sonho de viver nos Estados Unidos e ajudar financeiramente a família, principalmente os pais, de 56 e 60 anos.

Após a confirmação da morte, o corpo dele passou por perícia na polícia americana e depois ficou em uma funerária em El Paso, no Texas, aguardando a liberação do corpo. Foram quase dois meses entre a morte e o enterro.

De acordo com a família, ele já tinha atravessado para o território americano, na fronteira entre o México e o estado do Texas, quando houve a queda.

Segundo um parente, Diogo se desequilibrou quando usava uma corda para descer por um muro de 4 metros de altura. Foi quando caiu e bateu a cabeça no chão, além de quebrar a bacia.

 

O corpo de Diogo Fernandes passou por autópsia nos Estados Unidos e um médico legista apontou o traumatismo craniano como causa da morte, segundo o parente.

Na fronteira entre o México e o estado do Texas existem muros com alturas entre 4 e 9 metros. O parente contou que a pessoa contratada para facilitar a travessia ilegal – conhecida como coiote – levou o grupo em que Diogo estava para escalar a parte mais baixa.

Último contato

A última ligação de Diogo Fernandes foi para o pai, de 60 anos. Eles se falaram no último dia 7 de dezembro, por volta de 21h, horas antes da travessia.

“Pai, vou fazer a travessia agora a noite, depois nos falamos. Beijos”, e assim Diogo se despediu da família naquela noite.

O próximo contato que a família recebeu foi do consulado brasileiro no México, na manhã de sábado (12), com a notícia da morte.

O parente de Diogo contou que, após ser informado do que aconteceu com o administrador de empresas, ele viajou de Goiânia, onde mora, para São Luís de Montes Belos, com o objetivo de informar os pais da vítima sobre o acidente.

Planejamento

Entre 2017 e 2019, Diogo Fernandes tentou obter o visto por três vezes, mas não conseguiu. Ele trabalhava como gerente de uma loja em um shopping de Goiânia, que acabou fechando por causa da pandemia de coronavírus. Desempregado e com o sonho de uma mudança de vida, ele contratou uma pessoa para lhe ajudar na travessia e comprou passagens para Cancún, no México.

“Lá, o coiote que ele contratou o estava esperando para levar para um lugar reservado, onde um grupo aguardaria o momento da travessia”, detalha o parente.

O familiar contou que Diogo planejou a viagem quando ficou desempregado. A família diz não ter informações sobre quem era o coiote.

O parente ouvido pela reportagem diz que conversou com Diogo sobre a travessia, alertou sobre os riscos e o aconselhou que esperasse mais tempo para tentar obter um visto. Mas, segundo ele, o administrador de empresas estava decidido a ir após ler relatos positivos de pessoas que fizeram a mesma travessia que ele tentou.

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Diogo Fernandes de Oliveira, morto ao tentar cruzar ilegalmente a fronteira dos EUA – São Luís de Montes Belos, Goiás — Foto: Reprodução/Instagram

Por G1

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