Por 6 votos a 3, a Câmara Municipal de São Francisco de Goiás cassou, na noite da última sexta-feira (10), o mandato do vereador Emanoel Alves Júnior (PSDB).
A Casa acatou a denúncia de um eleitor do município contra Emanoel por “atos de improbidade administrativa”.
A denúncia fazia referência a uma festa de confraternização bancada pela Câmara Municipal em 2020. A conta de R$ 5,6 mil, paga com um cheque assinado por Emanoel, que presidia o parlamento na época, mostra o consumo de cigarros, uísque, energético e chopp.
A denúncia foi oferecida no dia 6 de dezembro de 2022, e recebeu endosso da Comissão Processante – formada para analisar o teor da denúncia – para prosseguimento.
A sessão de votação realizada ontem durou pouco mais de três horas. Ao ter a palavra para se defender, Emanoel se referiu à denúncia como infundada e feita de forma equivocada. “Vocês querem usar isso para me derrubar, para estragar minha vida, minha família, minha reputação? Tudo o que trabalhei na minha vida? Peço com carinho, se coloquem no meu lugar”, clamou aos demais parlamentares.
No entanto, a Casa de Leis considerou procedente tanto a denúncia de prática de atos de improbidade administrativa quanto de postura incompatível “com a dignidade da Câmara” e falta de decoro na conduta pública.
Procurado, o vereador cassado declarou que, por enquanto, não vai se manifestar.
O caso
A confraternização que originou a cassação de Emanoel foi realizada em dezembro de 2020. Conforme a nota fiscal a qual reportagem teve acesso, os presentes na festa teriam consumido cigarros do tipo palheiro, “mojitos”, empanados de camarão, cozumel, cervejas, uísque e itens nomeados como “Abridor de pernas abacaxi” e “Incendiário orgasmo”.
Na época da repercussão, em dezembro do ano passado, Emanoel disse que era vítima de uma perseguição política. “Não foi um caso isolado, não fui eu, vereador Emanoel, quem criou a confraternização. A deste ano [2022], por exemplo [sob gestão de outro vereador], está marcada para o dia 15 de dezembro”, disse.
Emanoel também afirmou estranhar a situação vir à tona dois anos após o ocorrido. “Me causa espanto. Por que só agora foi feita essa denúncia?”, questionou, acrescentando que “em momento algum” autorizou a compra de bebidas alcoólicas e cigarros com dinheiro público.
Por Jornal do Vale