Brigas de vizinhos por causa de cães soltos acabam em agressões físicas graves

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No intervalo de 48 horas, duas brigas envolvendo cachorros soltos nas ruas terminam em lesões físicas graves no DF. Em Samambaia, um homem foi submetido à cirurgia no braço. No Sol Nascente, a vítima foi esfaqueada

Um sargento de 48 anos da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) precisou passar por uma cirurgia de emergência para reconstruir o osso do braço esquerdo após uma briga com um vizinho, no último sábado (5/8), em Samambaia, por conta de um cão da raça pitbull que andava sem coleira e sem focinheira na rua. Ontem, no Sol Nascente, outro homem, de 46 anos, foi esfaqueado por um jovem após uma discussão por causa de um cachorro que se soltou e invadiu a casa do autor.

A primeira briga ocorreu na QR 414 de Samambaia Sul, por volta das 16h30 do sábado, em frente à igreja Nossa Senhora de Fátima. O policial militar está internando no Hospital Brasília e, segundo a esposa, ele precisou colocar uma placa com nove parafusos no braço e também se recupera de lesões na cabeça. De acordo com o boletim de ocorrência, os envolvidos são vizinhos e, no dia anterior, as esposas deles teriam se desentendido em razão de um cachorro que andava sem focinheira e sem coleira. No dia do incidente, a esposa do sargento, sentindo-se ameaçada pela outra parte, acionou o marido, que se dirigiu ao local, abordou o vizinho e as agressões mútuas tiveram início. 

De acordo com testemunhas, o sargento teria golpeado o homem — que é motoboy e tem 25 anos — com um porrete de madeira e o objeto teria se partido em dois. Em seguida, o vizinho agredido teria pego as partes do objeto e atacado o militar. Depois, ao perceber que o policial não revidava e estava machucado, o homem retornou para casa e o PM foi levado para o HRT.

Em depoimento à polícia, o motoboy afirmou que havia chegado do trabalho quando foi encontrar a esposa e a enteada, que estavam passeando com o cachorro da família. No caminho, ele relata ter sido abordado violentamente pelo PM e usou os pedaços de porrete para se defender das agressões. O depoente declarou, ainda, que sequer conhecia o policial e, inicialmente, com as agressões repentinas, acreditou que estava sendo vítima de um assalto, posteriormente, alegou ter ficado com medo de ser agredido pela esposa do policial, que portava uma faca e, por isso, deixou o local da briga. Depois do ocorrido, o motoboy foi abordado por uma guarnição da PMDF e conduzido à 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia).

Ao Correio, o delegado Fernando Fernandes contou que o vizinho do PM passou por audiência de custódia ontem, e foi liberado. As investigações devem continuar e a PCDF está colhendo imagens de câmeras de segurança e conversando com testemunhas. A depender do desdobramento, o autor pode responder por lesão corporal grave ou até mesmo tentativa de homicídio.

Outro caso 

Um homem de 18 anos foi preso, nesta segunda-feira (7/8), na Chácara 125, conjunto H, do Sol Nascente, por tentativa de homicídio contra um vizinho, de 46 anos. Os dois também teriam discutido por causa de um cachorro, que, segundo o autor, costuma se soltar e fugir para a sua casa. 

Segundo o jovem, o pai espantou o cão do vizinho, que não gostou, humilhando o homem na frente de toda a família. Ontem, quando o viu colocando o lixo na rua, o abordou com uma faca. A vítima correu para o interior de sua residência, mas foi perseguida pelo autor, que desferiu três golpes — um deles atingiu a cabeça. O homem foi internado no Hospital Regional de Ceilândia. A arma branca utilizada no crime foi apreendida e o autor foi encaminhado para a carceragem da 19ª Delegacia de Polícia e aguarda a audiência de custódia.

O que diz a Legislação

De janeiro a junho de 2023, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) registrou 290 ocorrências por omissão de cautela na guarda ou condução de cachorros na capital do país. No mesmo período do ano passado, foram registrados 270, um aumento de 5% no número de casos.

A Lei Distrital nº 19.988/1998 proíbe a permanência de animais soltos em vias públicas, possibilitando, porém, que cães transitem nesses locais com coleira e guia, desde que conduzidos por indivíduos que tenham condições de controlá-los.

Quanto ao uso da focinheira, o texto define que cães de grande porte, em especial de raças destinadas a guarda ou ataque, devem usar focinheira quando em trânsito por locais de livre acesso ao público.

Por CB

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