Médico relata que existem vários produtos sendo aplicados no glúteo em clínicas e consultórios estéticos de maneira precária e sem preparo prévio

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O interesse por procedimentos estéticos que visam tratar estrias, celulite, aumentar o bumbum, harmonizar a face e suavizar rugas aumenta continuamente. Esses procedimentos, embora possam parecer simples para os pacientes, representam grandes riscos para a saúde. Dentre os perigos, o médico cirurgião plástico Hugo Santos lista: manchas causadas pelas agulhas, infecções, necrose e até embolia pulmonar. Para prevenir tais problemas, o especialista alerta ser essencial buscar informações sobre o profissional responsável pelo procedimento (especialmente em casos invasivos), produto utilizado e tipo de cirurgia.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), o Brasil ocupa a segunda posição em número de procedimentos não cirúrgicos, atrás apenas dos Estados Unidos. Hugo também alerta sobre a importância de conhecer os produtos utilizados no procedimento, se eles possuem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sua reputação no mercado e as experiências relatadas pelos médicos com esses produtos.

Em relação aos preenchimentos, tanto com ácido hialurônico quanto com polimetilmetacrilato (PMMA), são populares no país. Esses preenchimentos proporcionam uma aparência mais jovem à pele e são menos invasivos do que cirurgias. No entanto, a escolha entre um método ou outro pode gerar dúvidas.

Enquanto o ácido hialurônico é naturalmente presente no corpo humano e é absorvido pelo organismo, o PMMA é uma substância sintética considerada de alto risco pela Anvisa. A injeção do PMMA ocorre na pele através de uma agulha fina ou cânula, preenchendo as áreas desejadas. Após a aplicação, o PMMA forma uma estrutura sólida que permanece no local, proporcionando volume e sustentação.

Hugo Santos não recomenda o uso do PMMA, principalmente porque não é possível removê-lo do corpo ou realizar alterações. Ele ressalta ainda que conhece poucos colegas que utilizam esse material. Por outro lado, o ácido hialurônico é uma substância produzida naturalmente pelo corpo, presente nas articulações e na pele. Ele retém água, hidratando a pele, e é completamente absorvido pelo organismo. No entanto, Hugo Santos afirma que a opção mais segura é realizar enxertos de gordura, que são elementos naturais do próprio organismo.

Casos e complicações

Recentemente, a trágica história da modelo e jornalista Lygia Fazio ganhou os noticiários. As complicações de saúde da modelo aconteceram depois que ela foi submetida a cirurgia de retirada do silicone industrial e do PMMA. A substância se espalhou pelo corpo dela, desencadeando várias infecções e até um AVC.

Outro caso, em Goiânia, foi de Betânia Lima, de 29 anos. Ela fez um preenchimento e acabou no hospital, com quadro de embolia pulmonar. Após quase uma semana internada em uma unidade de terapia intensiva (UTI), teve alta. As complicações ocorreram devido a um procedimento estético feito para aumentar o bumbum. Nesse caso, o produto utilizado foi ácido hialurônico, manuseado por uma profissional esteticista.

O médico relata que existem vários produtos sendo aplicados no glúteo em clínicas e consultórios estéticos de maneira precária e sem preparo prévio. “Isso oferece um risco adicional para o paciente. Se com o médico habilitado já existe um risco, imagina fazer em condições inadequadas. O produto, o tipo de cirurgia e o profissional devem ser pesquisados com cuidado”, conclui.

Por JO

 

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