O papa Francisco admitiu nesta terça-feira, 5, pela primeira vez que vários padres e bispos abusaram sexualmente de freiras e se comprometeu a fazer mais para lutar contra essa situação. O pontífice, falando a jornalistas que viajavam com ele no voo de volta dos Emirados Árabes ao Vaticano, lembrou que o papa Bento XVI tomou medidas contra uma ordem francesa após as freiras terem sido reduzidas a “escravas sexuais” por parte de padres e do fundador.
“Devemos fazer algo a respeito? Sim. É um caminho que já começamos”, disse. “Não é que todo mundo faça isso, mas houve sacerdotes e bispos que fizeram isso. Creio que continua (a acontecer) porque não é como se parasse uma vez que nos demos conta. Continua. Há algum tempo temos trabalhado nisso”, acrescentou Francisco.
O tema surgiu em meio a escândalo de abusos sexuais de menores por integrantes da Igreja. Nesta semana, o suplemento feminino do diário L’Osservatore Romano dedicou uma edição aos abusos sexuais e morais sofridos pelas religiosas. A diretora Lucetta Scaraffia pediu que a Igreja não ignore essa situação de opressão contra as mulheres.
A agência Ansa lembrou que recentemente a União Internacional das Superioras Gerais (Uisg), entidade que reúne líderes de congregações religiosas de todo o mundo, divulgou um apelo instando freiras a denunciarem casos de abuso. Francisco lamentou os ataques a mulheres e disse que a humanidade não amadureceu e ainda considera a mulher como ser de segunda classe. As medidas tomadas pelo pontífice, segundo falou, incluem suspensões e expulsões de religiosos. “É uma coisa que vem de muito tempo.”
Por Mais Goiás