UM FILHO QUE JA TEVE UM PAI

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Por Natanael de Oliveira

Lembro dele !

De vez em quando me vem à mente os traços marcantes do seu rosto e com eles as histórias de toda uma vida. Jamais vou esquecer a imagem de seus braços fortes e peludos como também aquelas veias grossas que havia em seus braços. Assim como o cheiro de seu suor que ainda hoje se encontra impregnado em minha alma.

Sua voz grave de autoridade misturada ao seu modo de manifestar carinho fazia dele o herói do meu coração. Mesmo o modo rude de ser e seu semblante sério o tornava especial, até fazia questão que ele não fosse igual a nem um outro pai pois aquele era o meu pai.

Aquela figura séria sentado à cabeceira da mesa, dava-me a impressão que tudo estava muito bem . Sem falar quando mesmo sem avisar , pulava em seu colo; estar em seu colo me fazia sentir a pessoa mais segura do mundo.
Aos meus olhos ele era o homem mais forte que todos , era o meu herói silencioso que somente quando cresci descobri que lutou contra a vida para tornar nossas vidas menos difícil.

Descobri que aquele ser forte e invencível chorava sozinho, ao passo que não deixava suas fraquezas transparecer para não enfraquecer aqueles que estavam sob seus cuidados.

Em sua velhice descobri que ele não tão era forte como parecia, ele não era eterno como um dia pensei, descobri que ele também adoecia e precisava de cuidados.

Talvez as palavras ditas até aqui , não represente a visão de muitos filhos de pais vivos, contudo, esse é um relato do coração de um filho que já teve um pai.

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